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Prisa reitera avançar com todas as ações contra a Cofina e rejeita abrir porta a novas negociações

A compra da Media Capital por parte da Cofina iria fazer-se por um ‘enterprise value’ de 205 milhões de euros, mas a operação caiu uma vez que a Cofina não conseguiu concretizar o aumento de capital. A Prisa considera que houve uma violação do acordo firmado com a Cofina.
16 Março 2020, 09h49

A Prisa rejeitou a hipótese de voltar a abrir portas para negociar a venda da Media Capital, dona da TVI,  com a Cofina e reiterou que vai avançar “com todas as medidas e ações” contra a dona da CMTV e Correio da Manhã em defesa dos interesses do grupo, dos seus acionistas e “quaisquer outros afetados pela situação criada” pelo grupo de Paulo Fernandes, de acordo com o comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta segunda-feira, 16 de março.

“A companhia reitera (i) o seu entendimento de que a Cofina violou o contrato de compra e venda datado de 20 de setembro e alterado em 23 de dezembro de 2019 referente à venda de toda a participação detida pela Prisa na sua subsidiária Vertix SGPS, S.A., que por sua vez detém 94,69% da empresa portuguesa cotada Grupo Media Capital SGPS, S.A, tendo em vista os termos comunicados pela própria Cofina em 10 de março de 2020 após sua renúncia voluntária a continuar com o aumento de capital aprovado por seus acionistas em 29 de janeiro de 2020; e (ii) que a companhia começou e vai continuar a procurar todas as medidas e ações contra a Cofina em defesa dos seus interesses, dos de seus acionistas e quaisquer outros afetados pela situação criada pela Cofina”, estabelece o comunicado da Prisa.

O grupo de media espanhol anunciou, ainda, rejeitar a argumentação apresentada pela Cofina sobre a resolução do contrato de compra e venda da Media Capital, no dia 13 de março, e indicou que “não é apropriado, como a Cofina parece pretender”, alterar o os termos do contrato para “restabelecer o equilíbrio dos respetivos benefícios recíprocos, de acordo com os princípios de boa fé”. Para a Prisa “houve uma violação prévia do referido acordo” por parte da Cofina.

No dia 11 de março, a Cofina anunciou não ter conseguido concluir com sucesso o aumento de capital de 85 milhões de euros, o que era imprescindível para a empresa concretizar a compra da Media Capital. No mesmo dia, a Prisa, dona da Media Capital através da sociedade Vertix, considerou que o grupo liderado por Paulo Fernandes violou o contrato firmado “sem aviso prévio”  e , por isso, anunciou que iria avançar “com todas as ações contra a Cofina”.

Na sexta-feira, 13 de março, por sua vez, a Cofina fez saber que não houve violação do contrato referido, visto que a validade do documento “não caducou por insucesso do aumento de capital” da dona do Correio da Manhã. “Razão pela qual não são devidos os 10 milhões de euros”, valor de caução previsto e o qual a Prisa reclama, e razão pela qual a Cofina, segundo apurou o Jornal Económico, estará interessada em abrir portas a uma nova negociação com a Prisa.

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