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Professores portugueses para escolas timorenses devem chegar em março

Os 108 professores juntam-se a outros 33 que já estão em Timor-Leste, destacados nos Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE), um projeto luso-timorense para a requalificação do ensino timorense em língua portuguesa.
11 Fevereiro 2021, 08h32

Mais de uma centena de professores portugueses destacados em escolas timorenses deverão viajar para Timor-Leste em meados de março e, depois de cumprirem quarentena, começam a lecionar, disse à Lusa o ministro da tutela.

Os 108 professores juntam-se a outros 33 que já estão em Timor-Leste, destacados nos Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE), um projeto luso-timorense para a requalificação do ensino timorense em língua portuguesa.

“Já instruí a coordenadora timorense do projeto para começar a fazer os preparativos para as viagens e demais”, disse à Lusa o ministro da Educação, Juventude e Desporto, Armindo Maia.

“Está previsto um voo ‘charter’ da EuroAtlântic para o dia 14 de março e estamos a fazer os preparativos para que possam vir nesse voo”, sublinhou.

Recorde-se que o acordo entre os dois países prevê que Portugal pague os salários aos professores, cabendo a Timor-Leste a responsabilidade pelas ajudas de custo no país e por despesas com as viagens de idade e volta a Portugal.

O projeto, um dos mais importantes de sempre desenvolvidos por Portugal de apoio ao setor educativo timorense, envolve além dos docentes portugueses um total de 152 professores timorenses e conta já com 9.900 alunos do pré-escolar ao 12º.

Os CAFE funcionam em todos os municípios e ainda no enclave de Oecusse-Ambeno.

Antonieta de Jesus, a coordenadora timorense do projeto – que tem ainda uma coordenadora portuguesa – explicou à Lusa que os docentes estão atualmente no processo de assinatura dos contratos.

Entre os docentes que viajam em março, a maioria são professores que renovaram contrato, havendo 31 novos.

Tradicionalmente marcado por atrasos na vinda dos docentes, o projeto foi particularmente afetado devido à pandemia da covid-19, em particular depois de um grupo de 88 dos 138 docentes que estavam em Timor-Leste ter optado, em abril de 2020, por regressar a Lisboa num voo de repatriamento, que ocorreu praticamente no início da pandemia.

As restrições em Timor-Leste, que mantém as fronteiras fechadas e voos comerciais regulares suspensos desde aí, levaram a que grande parte dos professores estivessem fora do país praticamente todo o último ano letivo.

Um segundo grupo de professores saiu de Timor-Leste em dezembro, estando atualmente no país apenas 33 docentes portugueses.

Até que os docentes portugueses cheguem, Armindo Maia disse que os CAFE continuam a funcionar – o ano letivo começou em janeiro – com os portugueses que ficaram, apoiados por docentes timorenses.

Noutro âmbito, Armindo Maia disse que o Governo tem previsto iniciar a construção de mais quatro escolas CAFE – em Lautem, Covalima, Ainaro e Ermera – que, quando estiverem prontas, implicarão o eventual aumento do número de professores portugueses envolvidos no projeto.

Além disso, este ano o Governo prevê reconstruir e reabilitar parte do CAFE de Baucau, danificado devido ao mau tempo.

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