O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que a rejeição da proposta de orçamento plurianual da União Europeia para 2021-2027 no Conselho Europeu não constitui uma surpresa e disse esperar que sirva de “lição”.
“A rejeição desta proposta pelo Conselho não pode ser surpresa, mas espero que signifique uma lição. Não se constroem consensos a partir de posições minoritárias”, disse, numa conferência de imprensa no final da cimeira extraordinária consagrada ao futuro Quadro Financeiro Plurianual, em Bruxelas.
Comentando que a base negocial com que se partiu para estas negociações era “má”, Costa afirmou que o método para conduzir também não terá sido o melhor, pois tentou-se ir “ao encontro da posição de uma minoria” de quatro Estados-membros (os ‘frugais’, contribuintes líquidos), quando, insistiu, “os consensos constroem-se a partir das posições maioritárias, e não minoritárias”.
“Falhanço? É a democracia”
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, justificou hoje o falhanço das negociações sobre o orçamento plurianual para 2021-2017, para o qual é necessário “trabalho árduo”, com “a democracia”, falando em “27 diferentes interesses” dos Estados-membros.
“Perguntam o que aconteceu. Então, isto é democracia. Temos 27 Estados-membros, com 27 diferentes interesses, mas todos estamos a trabalhar num objetivo comum que é a UE e o orçamento europeu para os próximos anos”, afirmou a líder do executivo comunitário, falando em conferência de imprensa, em Bruxelas, após o fim da cimeira.
Segundo Ursula Von der Leyen, “é uma boa tradição em democracia debater as diferentes visões, as diferentes ênfases e necessidades apontadas pelos diferentes Estados-membros, no que toca às políticas de coesão, agricultura ou relativamente às novas prioridades”.
“Temos de trabalhar arduamente para prosseguir”, apelou.
“Precisamos de mais tempo”
O presidente do Conselho Europeu lamentou hoje que os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) não tenham chegado a acordo, na cimeira extraordinária em Bruxelas, sobre o orçamento plurianual, indicando que os líderes europeus “precisam de mais tempo”.
“Nas últimas semanas e nos últimos dias, tivemos de trabalhar muito para tentar chegar a um acordo, mas infelizmente hoje observámos que não era possível”, declarou Charles Michel, falando em conferência após o fim da cimeira.
“Precisamos de mais tempo”, reconheceu o responsável, falando numa “negociação difícil” e no âmbito da qual é “preciso trabalhar para responder às diferentes preocupações e exigências” dos Estados-membros.
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