O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, considera que a política protecionista de Donald Trump – que impôs, nos últimos dias, taxas alfandegárias a vários países -, pode ser encarada pelas empresas portuguesas e europeias como uma “oportunidade”, na medida em que terão de apostar ainda mais no caminho da inovação e da competividade.
“Esta é uma oportunidade para as nossas empresas conseguirem diferenciar a sua oferta, não apenas com base no preço, mas pelas outras características. Não é só pelas taxas alfandegárias que os nossos produtos podem ficar menos competitivos. A própria apreciação da moeda. Se o dólar apreciar, se se valorizar em relação ao euro, automaticamente os nossos produtos vão custar mais”, explicou Armindo Monteiro, em declarações à SIC Notícias.
Nas palavras do mesmo responsável, esta mudança “é, mais uma vez, um convite para que as empresas portuguesas ou europeias tenham esta preocupação de diferenciar o seu produto, não apenas pelo preço, mas pela qualidade”. “É obvio que isto depende muito da resistência”, assinalou.
Para Armindo Monteiro, as tarifas do recém-regressado inquilino da Casa Branca não se traduzirão no fim da globalização.
“Estas barreiras que todos os países – a começar pelos EUA -, estão a levantar sob a forma de impostos, de taxas alfandegárias ou de depreciação ou apreciação da moeda, não acabam com a globalização. A globalização está aí para continuar. O que vai é provocar um momento em que as empresas têm de ter uma almofada para conseguir segurar esta espécie de comício permanente em que está o presidente americano. Mas isso não quer dizer que tenhamos de combater uma anomalia. Porque não é uma anomalia. O presidente americano foi eleito pela segunda vez. E isto é um convite para que a Europa aposte na competitividade, na inovação, em ser competitiva”, explicou.
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