“Não queremos tropas em nossa cidade. Não permitiremos que asnossa cidade seja ocupada”, disse o mayor de Chicago, Brandon Johnson, à multidão no palco do Petrillo Music Shell. Milhares de pessoas participaram do protesto em massa ‘No Kings’ contra o governo do presidente Donald Trump. Os organizadores do ‘No Kings’ esperavam 2.600 manifestações em todos os 50 estados dos EUA.
O senador Bernie Sanders – que chegou a entrar nas primárias do seu partido para a presidência, falou aos manifestantes no centro de Washington sobre os perigos da presidência de Trump. “O nosso país corre perigo quando temos um presidente que ameaça prender ou encarcerar políticos que se lhe opõem”, disse.
Sanders elencou outros perigos, incluindo os processos de Trump contra organizações de notícias e a intimidação dos media, a tentativa de reprimir o que faculdades e universidades ensinam e as suas ameaças de impeachment de juízes que decidirem contra ele.
Mas o nível de vigilância nos protestos e o tipo de tecnologia utilizada provavelmente dependerão tanto da localização como das forças policiais presentes, num contexto em que ninguém exclui a possibilidade de haver focos de violência em várias cidades.
Os participantes podem ser alvo de vigilância do governo federal com uma série de tecnologias que incluem reconhecimento facial e escuta telefónica. Dada a hostilidade aberta de Trump até mesmo à menor dissidência, a vigilância representa agora uma ameaça “ao que resta da democracia norte-americana e apenas ressalta a necessidade de protestos em massa”, referia um comentador citado pela agência Reuters.
Embora o primeiro protesto ‘No Kings’, em junho, tenha atraído uma multidão pacífica e festiva, Trump e seus aliados têm criticado cada vez mais os eventos subsequentes e descrito os manifestantes como terroristas, apoiantes do Hamas e agitadores de extrema-esquerda. As acusações deixaram alguns observadores ansiosos.
Em julho, senadores democratas fizeram perguntas detalhadas à secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, sobre tecnologia de vigilância usada para monitorizar protestos. O departamento nunca respondeu, de acordo com o gabinete do senador de Massachusetts Ed Markey, citado pela agência.
“Donald Trump demonstrou que usará agressivamente os poderes do governo para reprimir a dissidência”, disse outro comentador. “Nos protestos ‘No Kings’ deste fim de semana, o governo Trump deve abster-se de vigiar os americanos que estão a exercer os seus direitos constitucionais.”
Os planos de protesto ‘No Kings’ atraíram a atenção de pelo menos um dos centros de inteligência interna do governo dos EUA, estabelecidos após os ataques de 11 de setembro, de acordo com um alerta obtido pela Property of the People. O documento do Centro de Inteligência da Califórnia Central identificou Sacramento, Fresno e Stockton entre dezenas de locais de protesto ‘No Kings’ como dos mais problemáticos.
Observando que, embora os protestos tenham sido classificados como “ações não violentas”, o centro afirmou que relatórios de inteligência adicionais sobre os protestos estão a ser preparados.
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