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Próximo corte do BCE pode demorar mais a chegar

“Não vejo qualquer aumento nas taxas de juro de momento O que pode acontecer, no entanto, é demorar mais até ao próximo corte das taxas de juro”, apontou Holzmann ao jornal austríaco Kurier. 
Robert Holzmann BCE Áustria
28 Dezembro 2024, 14h29

O Banco Central Europeu (BCE) pode demorar mais tempo a tomar a decisão de cortar as taxas de juro. O aviso surge de Robert Holzmann, membro do BCE e governador do Banco da Áustria, que alerta que a equipa de Christine Lagarde pode atrasar a descida depois de uma subida inesperada da inflação.

“Não vejo qualquer aumento nas taxas de juro de momento O que pode acontecer, no entanto, é demorar mais até ao próximo corte das taxas de juro”, apontou Holzmann ao jornal austríaco Kurier.

Estas declarações acontecem depois da inflação na zona euro ter acelerado para 2,2% em novembro, a partir dos 2% do mês precedente e voltando a ficar acima da meta de 2% do BCE.

“Sim, há sinais de uma tendência ascendente nos preços da energia. Mas também há outros cenários em como a inflação pode voltar, especialmente por uma desvalorização mais forte do euro”, adiantou o chefe do banco central da Áustria.

Já a líder do BCE, Christine Lagarde, tinha revelado em Vilnius que a instituição vai continuar a cortar os juros numa altura em que a inflação está a ficar em linha com o objetivo. Lagarde reconheceu que “os piores dias” da luta contra a inflação já passaram e que o banco central está cada vez mais próximo de recuperar a estabilidade de preços.

“Se os dados futuros confirmarem o nosso cenário base, a direção da trajetória é clara e esperamos cortar juros ainda mais em breve”, afirmou a presidente do BCEnum discurso. Lagarde ressalvou então que a inflação doméstica continua demasiado elevada, mas sublinhou a perda de ímpeto do lado dos serviços, a componente mais persistente e que vinha prejudicando as perspetivas do banco central.

Questionado sobre as tarifas anunciadas por Donald Trump, especialmente de 10% para a Europa, Robert Holzmann explicou que existe um cenário em que as taxas “provoquem uma desaceleração geral no crescimento económico, mas que também criem pressão inflacionária”, embora esta tendência venha a ser mais visível nos EUA que no Velho Continente.

Ainda assim, Holzmann lembra que esta possibilidade “depende se e quanto o dólar vai valorizar e se o euro desvaloriza”.

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