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PSA “regressou à rentabilidade” em 2019, com lucros de 3,2 mil milhões de euros

O Chairman do Grupo PSA, Carlos Tavares, que integrou a Opel no universo das marcas Peugeot, Citroën e DS, anunciou um crescimento dos lucros em 2019 da ordem dos 374 milhões de euros, admitindo que o seu grupo regressou à rentabilidade. Também anunciou novos projetos com a Toyota e o lançamento de uma pick-up da Peugeot.
Carlos Tavares Stellantis PSA
26 Fevereiro 2020, 08h38

O resultado líquido do Grupo PSA em 2019 cresceu 374 milhões de euros, crescendo dos 2,827 mil milhões de euros em 2018 para os 3,201 mil milhões de euros no ano passado, revelaram esta manhã na sede da empresa em Rueil-Malmaison, França, os responsáveis do grupo, o Chairman do Managing Board, Carlos Tavares, e o Chief Financial Officer (CFO), Philippe de Rovira. Para Carlos Tavares, os indicadores de gestão apresentados mostram que o Grupo PSA, depois da operação de integração da Opel-Vauxhall, “regressou à rentabilidade”. O presidente da PSA afirmou que “só a performance protege a empresa”. Entre as novidades industriais está a colaboração com a Toyota, no projeto de uma “mid size van“, e o lançamento de uma pickup da Peugeot, o que para Carlos Tavares é uma decisão estratégica relevante, atendendo à importância da dimensão do mercado das pickup.

Segundo o CFO, Philippe de Rovira, as receitas globais do grupo passaram de 74,027 mil milhões de euros em 2018 para 74,731 mil milhões de euros em 2019, o que traduz um aumento de 704 milhões de euros. De 2018 para 2019 o Adjusted Operating Income aumentou respectivamente de 5,689 mil milhões de euros para 6,324 mil milhões de euros, o que traduz um aumento de 635 milhões de euros, e que, em percentagem das receitas obtidas, corresponde a 7,7% em 2018 e 8,5% em 2019. Sobre os custos de restruturação suportados pela PSA, o CFO explicou que de 2018 para 2019 aumentaram 480 milhões de euros, passando, respetivamente, 1,051 mil milhões de euros para 1,531 mil milhões de euros.

No entanto, do lado do das outras despesas e encargos operacionais, Philippe de Rovira explicou que o desempenho da PSA melhorou, reduzindo as despesas dos 238 milhões de euros em 2018 para os 125 milhões de euros em 2019. O Operating Income da PSA aumentou 268 milhões de euros, passando dos 4,4 mil milhões de euros em 2018 para os 4,6 mil milhões de euros em 2019, enquanto as despesas (o Net Financial Income) foram reduzidas, respetivamente, de 446 para 344 milhões de euros. O resultado consolidado aumentou, respetivamente, de 3,295 mil milhões de euros, para os 3,584 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 289 milhões de euros.

Atualmente, a PSA tem em curso o processo de aproximação das estruturas dos gigantes Peugeot-Citroën com a Fiat-Chrysler para concretizar a fusão dos dois grupos de produção automóvel PSA e FCA – Fiat Chrysler Automobiles, que deverá criar o quarto maior construtor automóvel mundial. O Chairman Carlos Tavares referiu que está a avançar nesta fusão: “estou muito emocionado com esta operação, porque as duas organizações são maduras, sabem o que querem e estão a avançar da forma adequada”.

A fusão PSA-FCA beneficia igualmente da experiência de integração da Opel, que registou um “elevado nível de sucesso”, diz. “Conseguiram dar a volta à Opel em dois anos, o que traduz uma vitória sobre 20 anos de problemas e isso merece ser louvado à equipa executiva de gestão da Opel-Vauxhall”, referiu Carlos Tavares. “A Opel já recebeu uma nova tecnologia do grupo PSA, o que lhe permitiu reduzir as emissões de CO2 nos veículos Opel em cerca de 20 gramas por quilómetro”. Carlos Tavares referiu igualmente o “sucesso do novo Corsa”, considerando que “o novo pipe-line de modelos da Opel é muito cativante”.

Sobre a produção da PSA, Carlos Tavares adiantou que “o principal factor de diferenciação industrial da PSA é a qualidade”, e “é com esse fator que pretendemos melhorar os nossos produtos e a nossa forma de estar sente no mercado”. “Só a qualidade de serviço consegue tornar os clientes satisfeitos e felizes”, defende o Chairman da PSA, considerando que “já fizemos melhorias significativas no serviços prestados, o que se nota na competitividade dos custos dos nossos produtos e no desenvolvimento de novos produtos, como os veículos movidos a fuel cells (a tecnologia que utiliza o hidrogénio para gerar eletricidade) e o desenvolvimento dos veículos elétricos, que, aliás, em breve serão comparados pela PSA para avaliar as vantagens destas duas tecnologias, fuel cells Vs Veículos Elétricos, todos os prós e os contras das frotas de veículos que utilizem estas tecnologias”.

“Agora temos um balanço forte e somos rentáveis, e isso é confirmado pelos nossos auditores”, adiantou Carlos Tavares, comentando que ao nível da estratégia industrial e das decisões de produção de soluções mais ecológicas de motorização, “não estamos em modo defensivo em matéria de emissões de CO2”, mas – diz – “vamos continuar a trabalhar de forma muito rigorosa para melhorarmos, e a protegermos a forma como estamos nos mercados”. “Queremos continuar a ser competitivos ao nível das tecnologias que reduzem as emissões de CO2, porque é a única forma de mantermos o valor dos nossos veículos nos mercados e progredirmos no desenvolvimento tecnológico”, adiantou.

O sector automóvel sabe que as marcas Opel e a Vauxhall acumularam cerca de 22,3 mil milhões de dólares em perdas (aproximadamente 20 mil milhões de euros) durante o período em que foram geridas pelas equipas de management executivo da General Motors, perdas que ocorreram durante mais de 18 anos até ao momento em que Carlos Tavares – em 2017 – começou a gerir o projeto de integração da Opel-Vauxhall no Grupo PSA. Acontece que no primeiro semestre de 2019, a Opel já reportou lucros da ordem dos 700 milhões de euros – e é esta “volta” que a Opel levou que foi louvada esta quarta-feira, 26 de fevereiro, por Carlos Tavares na conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2019.

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