A distrital do Partido Social Democrata (PSD) do Porto apela a que haja um “relacionamento permanente e profícuo” entre a Galp e os sindicatos, depois de ter sido anunciado o encerramento da refinaria de Matosinhos. O PSD/Porto considera que o Governo deve assumir “responsabilidades” e mobilizar apoios para que, em caso de desemprego, os trabalhadores da refinaria não fiquem sem “a devida proteção social”.
“Apelamos a que haja um relacionamento permanente e profícuo entre a empresa [Galp] e os sindicatos e que naquele que for o âmbito de intervenção do Governo, os assuntos sejam objeto de uma negociação séria e responsável”, lê-se num comunicado emitido pelo PSD/Porto, em conjunto com a concelhia de Matosinhos do PSD e a distrital dos Trabalhadores Social-Democratas.
O PSD/Porto denuncia que, face à “enorme incerteza e falta de informação” sobre o futuro projeto empresarial, as centenas de trabalhadores da região que, direta e/ou indiretamente têm o seu posto de trabalho afeto à refinaria, sofrem agora “uma carga de enorme angústia e ansiedade” e, perante a “inevitabilidade do encerramento, irão ter de enfrentar o desemprego e, por consequência, ter dificuldades em garantir o sustento às suas famílias”.
A distrital do PSD considera que “compete ao Governo assumir as suas responsabilidades de decisor político em áreas tão estratégicas como esta relacionada com a economia de uma região e do país, e também relacionada com o ambiente e transição energética” e tomar medidas para garantir apoios a todos os trabalhadores.
“Perante esta circunstância e, em caso de despedimentos, que nenhum trabalhador fique sem a devida proteção social assegurada e que o Governo agilize os organismos da administração pública que atuam nos apoios ao emprego/desemprego e à proteção social, mobilizando-os para junto destes trabalhadores, atempadamente, monitorizando e apoiando na (re)definição dos seus projetos de vida profissionais”, defende o PSD/Porto.
O encerramento da refinaria de Matosinhos foi comunicado pela Galp, no passado dia 21 de dezembro, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa petrolífera justificou a decisão com as “alterações estruturais dos padrões de consumo de produtos petrolíferos motivados pelo contexto regulatório e pelo contexto Covid-19”.
No mesmo comunicado, a Galp garante que “continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos” e que está a “desenvolver soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo”. “O aprovisionamento e a distribuição de combustíveis no país não serão impactados por esta decisão”, assegura.
Bloco de Esquerda e PCP condenam encerramento
Os bloquistas e comunistas vieram também criticar o encerramento da refinaria. Segundo o bloquista José Soeiro, “o que está em curso é uma decisão completamente selvagem da administração da Petrogal quer no método, na medida em que os trabalhadores não foram minimamente envolvidos na discussão, quer nas consequências, nomeadamente no despedimento de 500 trabalhadores e 1.000 prestadores de serviço”.
Já o PCP fala numa medida “particularmente grave, com consequências no plano da soberania energética, do tecido industrial, do equilíbrio territorial, do desenvolvimento económico e do emprego”. Os comunistas dizem ainda que “o país não pode aceitar” aquilo a que chama de “um grave atentado aos interesses nacionais”, argumentando que mais uma vez se verifica “a submissão às imposições da União Europeia” por parte do Governo.
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