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Que caminho para o hidrogénio? Shell e Schneider debateram futuro da energia na Web Summit

Ambas as empresas acreditam em apresentar aos seus clientes o maior número de opções quanto à energia que podem utilizar. No entanto, para a Schneider, o hidrogénio não tem valor económico e o futuro “será mais elétrico e a eletricidade será produzida e consumida de forma descarbonizada e descentralizada”. 
  • Nasa – Unsplash
3 Dezembro 2020, 08h10

O futuro da energia foi debatido esta quarta-feira na Websummit com Yuri Sebregts, vice-presidente executivo de tecnologia da Shell e Emmanuel Lagarrigue, membro do comité executivo da Schneider. O hidrogénio foi o tema central e neste tópico as empresas expuseram diferentes perspetivas.

“Claro que hidrogénio vai ser muito importante no futuro, mas é preciso ter em conta que nem tudo será movido a hidrogénio”, garantiu Yuri Sebregts da Shell realçando que “existirá muita eletrificação dos sistemas, até porque nem todo o tipo de energia é fácil de eletrificar”. Para exemplificar as dificuldades da eletrificação de sistemas, Yuri Sebregts referiu “os grandes processos industriais que precisam de um nível de energia muito densa como a produção de aço ou materiais sintéticos ou fertilizantes”.

“O sistema de energia do futuro será muito diferente do que temos hoje, porque precisamos alcançar um mundo que tenha emissões de gases a nível zero e, ao mesmo tempo, precisamos fornecer acesso a energia acessível e confiável para toda a humanidade”, assegurou.

Yuri Sebregts garante que a Shell está “empenhada em cumprir o acordo de Paris e em fazer parte da solução”. No entanto, este responsável reconhece que além da dificuldade em eletrificar sistemas, poderá ser um desafio “transportar energia eletrificada durante muito tempo”.

Ambas as empresas defendem que os seus clientes devem ter ao seu dispor todas as alternativas possíveis, mas ao contrário de Yuri Sebregts, Emmanuel Lagarrigue da Schneider não partilha a mesma visão sobre o hidrogénio. Embora reconheça que o “hidrogénio será uma boa alternativa a algumas baterias”, acredita que “a transportação de hidrogénio não tem hipótese”.

Sobre o hidrogénio, Emmanuel Lagarrigue destacou que “não existe forma de ter valor económico, sendo que é muito difícil eletrificar partes da economia” e revelou que existe “um comportamento protecionista da parte de algumas empresas de energia que não estão apenas a evitar ou adiar o direito à sua distribuição”.

Apesar da perspetiva sobre o hidrogénio, Emmanuel Lagarrigue acredita que o futuro “será mais elétrico e a eletricidade será produzida e consumida de forma descarbonizada e descentralizada”.

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