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Queixas em relação aos serviços de saúde em Portugal aumentam

As principais queixas dos utentes incluem assistência médica inadequada ou recusada, dificuldade em marcar consultas e elevados tempos de espera. O setor privado, em particular, absorveu o maior volume de queixas, com o grupo CUF a ser a entidade mais reclamada. No setor público, os centros de saúde foram os mais visados.
7 Abril 2025, 14h23

No primeiro trimestre de 2025, foram registadas mais de 1.200 reclamações dirigidas às entidades de saúde públicas e privadas em Portugal, representando um aumento de 5,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

As principais queixas dos utentes incluem assistência médica inadequada ou recusada, dificuldade em marcar consultas e elevados tempos de espera. O setor privado, em particular, absorveu o maior volume de queixas, com o grupo CUF a ser a entidade mais reclamada. No setor público, os centros de saúde foram os mais visados.

Os dados foram obtidos através de um estudo realizado pela Consumers Trust Labs, com base nas informações do Portal da Queixa, por ocasião do Dia Mundial da Saúde, celebrado a 7 de abril. Entre 1 de janeiro e 31 de março de 2025, foram registadas 1.233 queixas relacionadas com a saúde, em comparação com 1.169 no mesmo período de 2024.

As reclamações dirigidas ao setor público são predominantemente sobre mau atendimento, com 40% das queixas a referirem assistência médica inadequada ou recusada; 16% dizem respeito a dificuldades na marcação de consultas; 15% mencionam falhas na assistência médica e 4% referem elevados tempos de espera. No sistema privado, as queixas também se concentram em assistência médica inadequada (17%), falta de stock de medicamentos (16%), elevados tempos de espera (15%) e falhas na assistência médica (14%).

O estudo revelou que o sistema privado foi alvo de 767 reclamações no primeiro trimestre, com um aumento de 6,2% em relação ao ano anterior, enquanto o sistema público registou 466 queixas, refletindo uma subida de 4,7%.

Entre os prestadores de saúde, os centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram responsáveis pela maior parte das queixas (35%). No setor privado, o grupo CUF foi o mais reclamado (41%), seguido pela Unilabs nas clínicas (14%) e pela Wells, marca do grupo Sonae, nas farmácias (42%).

As especialidades que mais geraram reclamações foram Pediatria e Obstetrícia, seguidas por Oftalmologia, Ortopedia e Urologia, com problemas relacionados à Cirurgia a representarem 27% das queixas.

O estudo analisou 12 subcategorias de prestadores de saúde e revelou que 69% das reclamações foram feitas por utentes do género feminino, enquanto 31% foram feitas por homens. A faixa etária com mais queixas foi a dos 35-44 anos, responsável por 27% das reclamações.

Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, destacou a importância do estudo para identificar os principais fatores de insatisfação dos utentes e avaliar a performance das instituições de saúde, alertando para um cenário preocupante e a necessidade de resolver problemas estruturais no setor.

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