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“Quem pode morar nas casas portuguesas?”. Manifestação por direito à habitação arranca em seis cidades

“As rendas em Portugal aumentaram 40% nos últimos cinco anos. Os preços das casas subiram 19% desde o ano passado. Os bancos, que penhoram as nossas casas, duplicaram os seus lucros”, apontam os organizadores da manifestação.
Cristina Bernardo
1 Abril 2023, 14h21

O pacote Mais Habitação criado pelo Governo parece convencer poucos. Este sábado, 1 de abril, uma manifestação pelo direito à habitação acontece simultaneamente em seis cidades portuguesas.

A iniciativa “Casa Para Viver” arranca em Lisboa (Alameda), Porto (Batalha), Coimbra (Praça 8 de Maio), Aveiro (Praça Melo Freitas), Braga (Coreto da Avenida Central) e Viseu (Prata da República).

O manifesto que apela à manifestação pergunta “quem pode morar nas cidades portuguesas, hoje?”. “Não conseguimos pagar as nossas rendas ou suportar os nossos empréstimos bancários”.

A acrescentar à crise imobiliária, a iniciativa queixa-se também “do aumento drástico do custo de vida, da alimentação, das contas de energia, da pobreza e da precariedade”. “As nossas vidas foram atiradas para uma crise permanente”.

“As rendas em Portugal aumentaram 40% nos últimos cinco anos. Os preços das casas subiram 19% desde o ano passado. Os bancos, que penhoram as nossas casas, duplicaram os seus lucros”. Enquanto isso, lamentam que se seguiram “os despejos e as expulsões das nossas casas para longe das nossas comunidades, ao mesmo tempo que florescem os negócios em torno do turismo, do alojamento e da especulação”.

“Eis a realidade portuguesa em 2023: ao mesmo tempo que existem 730 mil casas vazias no país, há 2 milhões de pessoas em situação de pobreza e mais de 50% da população em risco de miséria”, denunciam.

“A desigualdade social no acesso à habitação e a degradação das condições de vida não são inevitáveis leis da natureza. São o resultado de vivermos num sistema capitalista que tem como objetivo a maximização do lucro em vez de procurar garantir as necessidades básicas a todas as pessoas e, por isso, trata a habitação como um negócio e não como um direito básico”, continua o manifesto que dá asas às manifestações no país.

A manifestação na capital vai percorrer 2,3 quilómetros, iniciando-se na Alameda e terminando na Praça Martim Moniz, percorrendo toda a extensão da Avenida Almirante Reis.

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