[weglot_switcher]

Quem são os políticos e partidos que rejeitam prioridade na vacinação?

Os líderes dos três partidos não concordam que na generalidade os titulares de órgãos de soberania recebam a vacina. Ainda assim, defendem que personalidades como o Presidente da República, primeiro-ministro e até a Procuradora Geral da República devam fazer parte do grupo prioritário à vacina contra a Covid-19.
27 Janeiro 2021, 11h10

A inclusão dos titulares de órgãos de soberania nos grupos prioritários para receber a vacina contra a covid-19 é uma medida que está a ser avaliada. No entanto, alguns membros de partidos já rejeitaram receber a vacina.

Sobre o assunto, Rui Rio, presidente do Partido Social Democrata (PSD) apontou que “o Governo errou ao não incluir os principais decisores políticos nas prioridades de vacinação”. “Quando corrige, volta a errar por via do exagero. Não inclui os médicos do setor privado, mas alarga, por exemplo, à globalidade dos órgãos de soberania. Falta firmeza e bom-senso”, afirmou o líder social Democrata no Twitter, na terça-feira.

Por sua vez, o deputado do PSD, Cristóvão Norte juntou-se a Rui Rio, mas com uma posição mais vincada. “Não tomarei a vacina na primeira fase. Aguardarei pela minha vez. Considero imprescindível, porém, que o Presidente da República, primeiro-ministro e membros do Governo sejam vacinados nesta fase”, escreveu Cristóvão Norte no Twitter.

No CDS, o líder do partido também acredita ser um erro vacinar, prioritariamente,  detentores de cargos políticos. “Dar prioridade na vacinação a todos os titulares de órgãos de soberania é um péssimo exemplo ao país e um insulto aos que mais sofrem com esta pandemia”, explicou Francisco Rodrigues dos Santos no Facebook, na terça-feira.

“É indefensável colocar todos esses políticos à frente dos mais idosos, dos utentes dos lares, dos profissionais de saúde – tanto do público como do privado – e de outros grupos de risco que ainda não foram vacinados”, referiu o centrista sublinhando que cederia a sua “vacina a um idoso”. “Defendo há muitas semanas a revisão imediata do plano de vacinação, para que os mais idosos, acima dos 80 anos, sejam incluídos na primeira fase do plano”, completou.

Dar prioridade na vacinação a todos os titulares de órgãos de soberania é um péssimo exemplo ao país e um insulto aos…

Publicado por Francisco Rodrigues Dos Santos em Terça-feira, 26 de janeiro de 2021

 

Quem se juntou aos líderes do PSD e CDS-PP foi João Cotrim Figueiredo, do Iniciativa Liberal, que partilhou a sua posição através do Twitter. “Os meus pais têm mais de 90 anos e ainda não foram vacinados. Não vou ser vacinado antes deles apenas por ser deputado. Não tem lógica. Não sou grupo de risco. Não estou na frente do combate. Vacinem os grupos prioritários primeiro e depois tomarei a vacina como qualquer cidadão”, escreveu o presidente do Iniciativa Liberal, na terça-feira.

No mesmo dia, num vídeo enviado à SIC Notícias, João Cotrim Figueiredo reforçou que a sua posição é “absolutamente natural”, sendo que não vê motivo para “passar à frente de outros que têm mais dessas responsabilidades”.  Apesar de rejeitar a toma da vacina, o liberal defende que “as altas figuras do Estado merecem receber essa prioridade, porque numa eventual doença, com dificuldades de substituição, traria uma espécie de alarme que é de se evitar”. Nesta lista, João Cotrim Figueiredo inclui a “Procuradora Geral da República e a Procuradora Geral de Justiça”.

Quanto à vacinação da classe política, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco considerou “incompreensível”. Na terça-feira, Ana Rita Cavaco defende ser “um péssimo exemplo” que os políticos tenham prioridade sobre os profissionais de saúde e utentes de lares. “A maioria dos idosos em lares está a morrer. Os políticos não”, justificou.

A Ordem dos Médicos ainda não tem uma posição sobre a vacinação dos titulares de órgãos de soberania, mas é conhecida a posição de que acreditam que os profissionais de saúde, bem como os idosos, com idades acima dos 80 anos, façam parte do grupo prioritário à vacina contra a Covid-19.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.