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Raize escreve ao ministro da Economia: “Fintechs estão a ser usadas para fazer chegar o dinheiro às empresas”

O plano enviado a Pedro Siza Vieira tem cinco pontos “para acabar com a papelada”.
16 Abril 2020, 15h30

A fintech portuguesa Raize escreveu uma carta aberta a Pedro Siza Vieira onde faz uma proposta com cinco ponto “para acabar com a papelada” e fazer com que o dinheiro chegue “rapidamente” –  ainda este mês – às micro e pequenas e empresas. O plano envolve esta plataforma de crowdfunding, os bancos com e a sociedade de investimento SPGM, coordenadora do sistema português de garantia mútua que presta garantias financeiras a favor das empresas nacionais.

A Raize garante ao ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital que através da sua tecnologia é possível ultrapassar os problemas de formalização das operações recorrendo a um mecanismo de pool-financing dos créditos Covid-19. “Cada banco financiaria apenas uma parte de cada crédito reduzindo assim os requisitos de formalização das operações”, dizem os fundadores da empresa.

Na missiva, assinada por José Maria Rego, Afonso Fuzeta Eça e António Silva Marques, os gestores garantem que este é um modelo que já utilizam com alguns bancos em Portugal, portanto não estariam a testar soluções novas e a entrar em terreno desconhecido. O trio de administradores lamenta ainda não ter obtido resposta do Governo à proposta de integração da Raize e dos investidores particulares no mecanismo de garantia do Estado para ajudar a financiar este tipo de organizações.

“Atendendo à situação que vivemos, esta pode ser uma das formas mais inovadoras e seguras de fazer chegar o dinheiro rapidamente às micro e pequenas empresas. Nos Estados Unidos e noutros países europeus, as fintechs já estão a ser amplamente utilizadas para fazer chegar o dinheiro às empresas”, pode ler-se na carta consultada pelo Jornal Económico.

Qual é o plano desta gestora de uma plataforma de financiamento colaborativo?

  • Cada banco que participa na Linha Covid-19 cria uma conta na Raize para financiar empresas. Já vários bancos em Portugal têm conta na Raize. Este processo demora um par de horas dado que apenas é preciso assinaturas dos bancos.
  • Empresas beneficiárias criam conta na Raize para receber financiamento Covid-19. Este processo demora dois minutos.
  • Os bancos e a SPGM são responsáveis por analisar e aprovar o financiamento às empresas (tal e qual como sucede atualmente). Após aprovação, a SPGM sinaliza à Raize quais as empresas aprovadas para receber financiamento da Linha Covid-19. A SPGM formaliza as garantias diretamente com os Bancos e cobre os créditos normalmente.
  • Assim que a SPGM confirma a aprovação de uma operação de crédito, a Raize disponibiliza imediatamente os fundos à empresa, onde todos os Bancos entram com uma participação, ou seja, um montante mais reduzido que dispensa a formalização física. O risco de cada financiamento fica assim disperso por todos os bancos, ou seja, em teoria, até daria para reduzir o montante de garantia do Estado.
  • A Raize faz a gestão dos contratos celebrados, incluindo a disponibilização dos fundos e cobrança das prestações (servicing).
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