Três razões fundamentais levaram-me a apresentar, juntamente com uma equipa coesa e determinada, a minha recandidatura à Presidência da CIP, naquele que será o meu terceiro e último mandato.
Em primeiro lugar, recandidato-me para responder a um apelo de cidadania. Num momento em que o cinismo e o desconforto com o funcionamento das instituições alastram, é necessário não esquecer que as instituições são feitas de pessoas. Não nos podemos demitir da nossa participação na vida pública. Não nos podemos resignar e “deixar as coisas andar”, como se o futuro nos fosse indiferente.
Temos de agir, defendendo as causas em que acreditamos. Agir, dizendo com clareza o que pensamos e apontando soluções, caminhos e metas. A nossa responsabilidade passa, por assumir uma atitude de cidadania ativa, individualmente e, sobretudo, através da promoção de um associativismo forte e coeso, reforçando a capacidade de intervenção na sociedade.
Em segundo lugar, recandidato-me porque tenho a consciência de que a experiência acumulada e o conhecimento adquirido ao longo de muitos anos de dedicação ao associativismo são mais valias para o trabalho a desenvolver.
Em terceiro lugar, recandidato-me para responder à confiança que em mim depositam todos quantos me incitaram a fazê-lo e todos quantos aceitaram comigo enfrentar este desafio.
É esta confiança, e a confiança que tenho nesta equipa renovada, que me dão a certeza de que levaremos a bom porto a missão de reforçar a posição da CIP enquanto confederação de empregadores.
É esta confiança que me dá a certeza de que consolidaremos a posição de estrutura associativa empresarial forte, coesa e abrangente, permanentemente empenhada na promoção dos interesses das empresas portuguesas.
Só seremos capazes de vencer se acreditarmos nas nossas capacidades para trilhar novos caminhos. E eu acredito, de facto, nas capacidades desta equipa que comigo se propõe liderar a CIP.
Novos desafios e oportunidades
Enfrentamos tempos em que riscos e novos desafios se sobrepõem. Vivemos numa economia global profundamente interdependente, fortalecida por uma evolução tecnológica acelerada, mas ameaçada por desequilíbrios de natureza geopolítica, ambiental e demográfica.
Por um lado, do outro lado do Atlântico, a maior potência mundial, os EUA, tem uma nova Administração com uma agenda ainda pouco definida, mas que, decerto, colocará o resto do mundo e, em particular, a Europa perante novos desafios. Por outro, neste lado do Oceano, num ambiente de crescimento anémico e altos níveis de desemprego, surgem ameaças à coesão da União Europeia, que terá de encontrar soluções para a saída do Reino Unido, enfrentar uma crise migratória de grandes dimensões e contrariar a onda de populismo e extremismo que põe em causa os seus fundamentos.
O mundo está em mudança e a economia portuguesa, pequena e aberta, tem de estar preparada para enfrentar novos desafios. Acredito convictamente que compete também à CIP e às suas associadas, enquanto expressão do movimento associativo empresarial, preparar o caminho para o futuro. A entrada numa nova era exige novas formas de pensar e de agir.
Uma economia aberta, baseada no conhecimento, na mobilidade e capacidade de adaptação das pessoas, em ideias inovadoras, em investimento e em cadeias de valor globais é o caminho para o crescimento económico, para a criação de emprego e para a melhoria da qualidade de vida das populações.
Mas é hoje claro que, para que a globalização e a transformação digital se tornem forças que impulsionem a nossa economia, temos de as gerir com sabedoria de forma a potenciar as suas vantagens e mitigar as ameaças que também acarretam.
Na perspetiva das empresas e daqueles que as representam, a resposta está na implementação das reformas estruturais, tão longamente faladas, mas nunca concretizadas. Reformas que são essenciais para aumentar a produtividade, a competitividade e a criação de emprego.
É tempo de desenvolver uma nova economia em que as oportunidades, o crescimento e a prosperidade sejam partilhados por todos e para a qual todos contribuam. Na realidade, só o regresso à rota da convergência real com os nossos parceiros da União Europeia, através do crescimento económico, nos pode garantir prosperidade a prazo.
Compromisso com o crescimento
Os problemas e os bloqueios com que a economia portuguesa se defronta – nomeadamente o desemprego e o endividamento, público e privado – só serão ultrapassados se formos capazes de criar as condições necessárias para atingir taxas de crescimento mais elevadas, baseadas em ganhos reais de competitividade empresarial.
A CIP assume, assim, a defesa do crescimento económico como a sua máxima prioridade e adotará como principal critério objetivo de avaliação das políticas públicas os efeitos positivos ou negativos que tais políticas venham a provocar na competitividade das empresas.
Para isso, a CIP centrará a sua intervenção, ao nível nacional, no desenvolvimento de ações de afirmação e defesa dos interesses dos agentes económicos privados, diretamente junto dos órgãos de soberania, bem como através da sua participação nas inúmeras estruturas formais e informais em que está representada.
Estamos, contudo, conscientes de que o desígnio do crescimento económico supõe e exige um amplo consenso social, envolvendo o Estado, Associações Empresariais e Sindicatos. Um consenso alargado, que defina objetivos e aponte meios e caminhos para os atingir, com definição de políticas públicas que transcendam a duração normal dos ciclos governativos.
A CIP desenvolverá todos os esforços necessários para devolver à Concertação Social uma maior amplitude na sua intervenção e um novo dinamismo e acrescidas responsabilidades, contribuindo para políticas mais realistas e para as reformas de que o país carece, num clima de confiança e valorizando o contributo que dela pode advir para a paz social e para o desenvolvimento económico.
Compromisso com uma Europa unida em torno da competitividade
Estamos conscientes de que, para atingir as metas que ambicionamos, não bastará uma estratégia de crescimento ao nível nacional. Também ao nível europeu, é preciso saber que futuro queremos construir e encontrar o melhor caminho para lá chegar. A Europa terá de saber vencer, coletivamente, os seus atuais desafios.
A CIP tem a responsabilidade e o dever de assegurar que a voz das empresas portuguesas é tida em consideração nos organismos internacionais e, em particular, nos processos de decisão europeus. Fá-lo-á junto das Instituições Europeias e através da sua representação nas organizações multilaterais de empregadores em que participa.
Compromisso com o movimento associativo
Por último, mantemos a nossa aposta no fortalecimento e consolidação do movimento associativo.
Em cumprimento da sua missão estatutária, a CIP deve ser um agente de mudança do movimento associativo, promovendo a sua capacitação com vista ao crescimento sustentável das empresas e da economia portuguesa no quadro da globalização.
Propomo-nos desenvolver ações que permitam apoiar os associados da CIP a crescer, a aumentar a qualidade e valor acrescentado dos serviços que prestam às empresas e a diversificar os seus serviços e produtos.
É nosso objetivo tornar mais próxima e mais visível a ligação da CIP às suas associadas e vice-versa, permitindo assim um reforço de uma imagem de confederação coesa e tirando partido das competências especificas de cada um em prol de todos.
São estes os desígnios que nos movem!
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com