A sete de julho de 2023, foi batido o recorde de assistência num jogo de futebol feminino em Portugal. Mais de 27 mil pessoas assistiram no Estádio da Luz ao Benfica-Sporting. E os exemplos estão a multiplicar-se em todo o mundo.
Em Inglaterra, este recorde foi batido em fevereiro deste ano quando as equipas séniores femininas do Arsenal e do Manchester United se defrontaram. No Mundial feminino realizado na Austrália em 2023, um terço dos jogos teve mais de 40 mil assistentes, e os estádios tiveram em média 84% de assistência.
E o valor comercial anual do futebol feminino na Europa vai disparar nos próximos anos. A previsão é da UEFA, mas constam numa nota divulgada hoje pela DBRS a propósito do Dia da Mulher que tem lugar a 8 de março.
As receitas conjuntas dos jogos, patrocínios e direitos televisivos vão levar as receitas a subir de 116 milhões de dólares em 2021 para os 686 milhões de dólares em 2033, no melhor cenário, ou para 551 milhões, no cenário central.
“Esperamos que os clubes de futebol femininos tornem-se financeiramente sustentáveis nos próximos cinco anos, com base nas tendências de crescimento do interesse dos fãs e o sentimento dos investidores”, segundo a nota divulgada hoje pela agência canadiana.
A UEFA prevê que o número de fãs mais do que dobre até 2033 para os 328 milhões.
“À medida que a popularidade do desporto aumenta, vai atrair mais investimento, levando a melhor qualidade dos produtos, o que vai aumentar a popularidade do desporto”, acrescentam.
“Este ciclo virtuoso”, diz a DBRS, “vai ajudar os clubes de futebol femininos europeus a tornarem-se mais sustentáveis financeiramente e a aumentarem o perfil de crédito das suas empresas-mãe, que estão atualmente apoiadas principalmente no futebol masculino”.
Em termos de receitas com vendas de bilhetes, a britânica Women’s Super League (WSL) registou um recorde em 2022-23 com mais de 660 mil pessoas a verem os jogos nos estádios, mais seis vezes face a 2018-19.
Já o número de assistência média subiu quase cinco vezes durante este período para mais de 5.200 pessoas por jogo.
No caso dos direitos televisivos, a WSL registou um crescimento das audiências de 10,8 milhões de pessoas para 14,8 milhões entre 21/22 e 22/23.
“Esperamos que isto se traduza em direitos de transmissão mais lucrativos”, segundo a DBRS que aponta que os direitos para as próximas épocas estão à venda com a liga à espera de garantir entre 15 a 20 milhões de libras por ano, que compara com os oito milhões atuais.
Alguns exemplos deste interesse foi o facto de o jogo entre a Austrália e a Inglaterra no Mundial Feminino ter sido o programa mais visto na TV australiana desde 2011, com mais de 40% da população do país a assistir, mais de 11 milhões.
Já nos EUA, a National Women’s Soccer League (NWSL) vendeu recentemente os seus direitos por 60 milhões de dólares por época, mais 40 vezes face ao acordo anterior de 1,5 milhões de dólares.
No caso dos patrocínios, no Reino Unido o patrocínio do banco Barclays à WSL dobrou para os 30 milhões de libras, um recorde. E há várias equipas a ganharem patrocínios de peso, como a Mastercard no Olympique Lyonnais, a Rilastil no Barcelona, a Visa com a UEFA e a Snapdragon que patrocina os homens e mulheres do Manchester United.
“Estas parcerias significam a atratividade comercial do futebol feminino e o potencial para as marcas atingirem um base de fãs crescente, única e diversa” e também “providenciam uma forte base de receitas para os clubes de futebol femininos”, remata a DBRS.
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