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Recuperação económica na zona euro perde fôlego em julho

O PMI para a zona euro caiu inesperadamente e aproximou-se do terreno de estagnação, pressionado pelo sector industrial e pela fraca performance continuada em França e sobretudo na Alemanha. Já os EUA registaram o ritmo mais acelerado de crescimento dos serviços, apesar de um percalço na indústria.
24 Julho 2024, 17h09

A economia da zona euro perdeu algum fôlego em julho, de acordo com os índices de gestores de compras (PMI) divulgados esta quarta-feira, com os serviços e a indústria a darem sinais de alguma fragilidade. França e Alemanha continuam a ser os principais entraves a uma recuperação mais expressiva no bloco da moeda única, ao passo que nos EUA a atividade continua a crescer.

O PMI composto para a zona euro caiu de 50,9 para 50,1 em julho, ficando marginalmente acima do ponto de inflexão entre uma economia em contração (abaixo de 50 pontos) e uma em crescimento (acima de 50). O mercado apontava a uma subida ligeira até aos 51,1 pontos, mas ambos os subíndices recuaram: o referente à indústria desceu de 45,8 para 45,6, mantendo-se em terreno negativo, enquanto o dos serviços recuou de 52,8 para 51,9.

A S&P Global, responsável por estes inquéritos de mercado, destaca que França e Alemanha “continuam a ter um desempenho abaixo do esperado”, uma tendência que se arrasta há vários meses e tem castigado o espaço da moeda única como um todo.

A atividade privada subiu ligeiramente, impulsionada sobretudo pelos serviços, que compensaram nova queda na produção industrial. Por outro lado, a procura contraiu, pressionada pela indústria, enquanto o emprego se manteve estável após vários meses de criação de emprego, castigado pela indústria germânica.

“Um mês não faz uma tendência, mas estes dados colocam ligeiramente em causa a nossa projeção de uma ligeira inversão de ciclo na zona euro”, escrevem os analistas da Pantheon, embora ressalvando que “os PMI têm sido um mau indicador para o crescimento nos últimos 12 meses”.

Desde o terceiro trimestre do ano passado, estes índices têm subestimado o crescimento em termos de PIB, mostrando um erro médio de 0,7 a 0,8 pontos percentuais (p.p.). É “um erro enorme” se considerarmos que o crescimento oscilou entre -0,1% e 0,3% no mesmo intervalo – ou seja, um valor absoluto menos de metade do erro médio.

EUA num rumo distinto

Já os EUA dão cada vez mais sinais de estarem num ciclo económico diferente do europeu, mantendo a trajetória de crescimento com os PMI a tocarem máximos de mais de dois anos. O índice composto chegou a 55 pontos em julho depois dos 54,8 de junho, marcando novo máximo de 27 meses, impulsionado pelo lado dos serviços.

O subíndice referente ao sector terciário acelerou para 56 pontos, um máximo de 28 meses, contrariando nova queda na indústria: o subindicador do sector secundário caiu de 51,6 para 49,5, enquanto o de produção industrial desceu de 52,1 para 49,5 – ou seja, ambos a caírem para uma situação consistente com uma atividade em queda e contração económica.

A economia continua, portanto, a dar sinais de vitalidade, mas de menor sobreaquecimento. O emprego continuou a crescer, mas a um ritmo mais baixo, enquanto os preços de venda subiram a um dos passos menos acelerados dos últimos quatro anos. Ainda assim, há algumas pressões acrescidas do lado dos custos, reconhece a S&P.

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