Alemanha: redução temporária do IVA provoca efeito sem precedentes sobre a inflação em mais de quatro anos

A Alemanha reduziu temporariamente o IVA durante o segundo semestre do ano para promover o consumo e ajudar a neutralizar o impacto do coronavírus. Como consequência, a taxa de inflação passou para terreno negativo pela primeira vez em mais de quatro anos, conforme relatado esta quinta-feira, dia 13 de agosto, pelo Escritório de Estatística Federal alemão (Destatis), segundo o “El Economista”.

Assim, o índice de preços ao consumidor (IPC) na Alemanha situou-se em -0,1% em julho em termos homólogos (após a subida de 0,9% em junho) e caiu para -0,5% comparativamente ao mês anterior, confirma o Destatis, tal como já tinha sido previsto através dos dados provisórios divulgados no dia 30 de julho.

Segundo o Destatis, é difícil verificar em que medida a redução temporária do IVA (de 19% para 16% e de 7% para 5%) tem sido aplicada ao consumidor, uma vez que a evolução depende de muitos fatores , portanto, o impacto dessa redução só pode ser medido através da aplicação de um modelo.

No caso de aplicação total e imediata da redução do IVA ao consumidor, o resultado é, segundo um cálculo puramente matemático, uma taxa de inflação 1,6% inferior à que teria sido registada se esta medida não tivesse sido aplicada.

Os bens para consumo ficaram, em termos gerais, mais baratos 1,4% entre julho de 2019 e 2020, sendo que um dos motivos apontados pelo Destatis poderá ser a redução do ICMS. Assim, os preços dos produtos relacionados com a energia continuam a diminuir ligeiramente, 6,7% em termos homólogos, apesar da subida do preço do petróleo no mercado mundial. Em junho, a contração tinha sido de 6,2%.

O gasóleo (31,3%) e a gasolina (12,9%) ficaram especialmente mais baratos. Já a eletricidade ficou mais cara, embora apenas 2,1%, comparativamente aos 4,1% registados em junho.

O governo alemão anunciou a redução temporária do IVA no início de junho. Sendo uma das medidas que integrou o segundo pacote de estímulo fiscal para fazer face à crise provocada pela pandemia da Covid-19, avaliada em 1,3 mil milhões de euros.