O instituto de investigação alemão Kiel Institute alertou hoje para uma possível quebra na ajuda ocidental à Ucrânia, caso Donald Trump regresse à Casa Branca e a Alemanha faça cortes.
“A partir do próximo ano, a Ucrânia poderá enfrentar um grande défice de ajuda”, escreveu, em comunicado, o instituto que reúne e documenta a ajuda militar, financeira e humanitária prometida e entregue à Ucrânia desde a invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.
O possível regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos “pode bloquear os futuros planos de ajuda no Congresso”, advertiu o instituto Kiel, notando que “a Alemanha anunciou recentemente que ia reduzir a dotação orçamental em 50%” e “outros doadores europeus podiam seguir o exemplo”.
De acordo com as projeções do instituto de investigação, a ajuda militar e financeira ascenderia a 59 mil milhões de euros e a 54 mil milhões de euros, respetivamente, em 2025, se os doadores ocidentais mantivessem os níveis de ajuda.
Em contrapartida, esta ajuda pode cair para metade, para 29 mil milhões de euros e 27 mil milhões de euros, se não for prestada nova ajuda dos EUA e se os doadores europeus se alinharem com a Alemanha.
Esta queda podia ser compensada por outras alavancas de financiamento atualmente em discussão, como contribuições militares “coordenadas pela NATO” ou empréstimos baseados em “ativos russos congelados”.
Estes “mecanismos de financiamento recentemente mencionados não são particularmente importantes. Se fossem aprovados, dariam uma ajuda preciosa, mas podiam não passar de paliativos”, afirmou Pietro Bomprezzi, que dirige a equipa do instituto Kiel que acompanha a ajuda à Ucrânia.
“Estes fundos não iam substituir totalmente a ajuda bilateral regular de que a Ucrânia necessita”, indicou.
Até 30 de agosto, a ajuda bilateral prometida à Ucrânia, desde o início da guerra, totalizava 397 mil milhões de euros, incluindo 153,8 mil milhões de euros em ajuda militar, 221 mil milhões de euros em ajuda financeira e 22,3 mil milhões de euros em ajuda humanitária, de acordo com os últimos dados do instituto.
Os maiores doadores são a UE e os Estados-Membros (240,9 mil milhões), os Estados Unidos (100,2) e o Reino Unido (13,9).
Em termos de ajuda militar, a UE e os EUA estão lado a lado, cada um com cerca de 66 mil milhões de euros.
Mas a ajuda dos EUA chega mais rapidamente à Ucrânia, uma vez que 87% das promessas da administração norte-americana já foram afetadas a armas e equipamentos específicos, em comparação com apenas 66% da UE.
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