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Regresso do vinil e streaming dão ganhos à música

As bilheteiras de cinema têm estado a cair desde a pandemia, com muitos a esperarem pelos filmes no streaming. Na música, o regresso da popularidade do vinil reavivou as vendas da indústria musical, a par do crescimento do streaming.
vinil música
Jose Antonio Gallego/Unsplash
25 Novembro 2024, 09h29

A indústria musical tem razões para voltar a sorrir, isto depois das suas receitaram terem aumentado ligeiramente – algo como uma décima. No entanto, a maior curiosidade é que as receitas desta indústria ultrapassaram o pico das vendas pré-pandemia do cinema.

Como? Plataformas de streaming e o regresso da popularidade do vinil, quando comparado com a compra de CDs. O sucesso do streaming musical assenta em plataformas como Spotify, Apple Music, Tidal, Youtube Music e ainda Amazon Music.

Mostram os dados, citada pelo “Financial Times”, que as receitas anuais de músicas protegidas por direitos de autor foram de 45,5 mil milhões de dólares no ano passado, o dobro do valor de há 10 anos e um aumento de um quarto face a 2021.

Já o cinema ficou aquém das expectativas, especialmente depois dos 41,9 mil milhões de dólares alcançados em 2019. No ano passado, as bilheteiras mundiais de cinema apresentaram receitas de 33,2 mil milhões de dólares, de acordo com a consultora Omdia.

“É tempo do boom”, apontou Will Page, autor do relatório da consultora, membro da London School of Economics e anterior responsável pelo Spotify. Ainda assim, nada se fala sobre o streaming de filmes e séries nas plataformas digitais, num número que pode ser bem superior.

“A dor do cinema tem sido o ganho do streaming”, explicou o autor, garantindo que há mais interesse pela música. “Se tivessem sugerido, quando fizemos este estudo pela primeira vez em 2015, que a música poderia ultrapassar o cinema, isso seria provocado uma gargalhada geral”. Ainda assim, essa verdade chegou quase 10 anos depois do arranque da análise anual.

Dados divulgados em 2019 indicavam que as plataformas digitais já representavam 75% das vendas da indústria da música nos Estados Unidos, num aumento de 12% até aos 9,8 biliões de dólares, sendo que em três anos (2015-2018), o número de assinantes de serviços de streaming aumentou cinco vezes.

Estes dados foram confirmados em 2018, quando a indústria apresentou um crescimento de 10%, com as diversas editoras internacionais a apresentarem lucros superiores a 19 mil milhões de dólares, assente em grande parte na música latina.

As editoras discográficas e os seus artistas registaram receitas de 28,5 mil milhões de dólares, significando um acréscimo de 12% face a 2022. Este é um exemplo de como as discográficas aproveitaram o crescimento do consumo de música online, assente na popularidade (as ditas trends das redes sociais) e os serviços de streaming.

Em valores mais detalhes, o estudo da Omdia mostra que as vendas físicas de música cresceram mais que as vendas de streaming no último ano. Só o vinil foi responsável por um crescimento anual de 15,4% entre 2022 e 2023.

E os dados apresentados mostram mais certezas: o vinil nos EUA vai gerar mil milhões de dólares por ano até ao fim do presente ano e tudo indica que, em breve, estes ultrapassem as vendas bilionárias dos CDs, que marcaram recordes durante vários anos.

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