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“Reserva e Aparece”: Chefs e restaurantes portugueses criticam quem marca mesa e não vai

O movimento, que faz um apelo aos cancelamento das reservas se os planos das pessoas mudarem, visa a “promover a tomada de consciência pelos clientes e evitar estas situações” para fazer a “mudança de atitude por parte dos prevaricadores”.
20 Outubro 2021, 13h55

Num jantar de familiares e/ou amigos os planos podem mudar muito rapidamente. O filho ficar doente ou existir algum contratempo em termos financeiros é normal e acontece. Com o fenómeno de marcar mesa e de não comparecer, os chefs e restaurantes querem terminar com este hábito com o movimento “Reserva e Aparece”.

Depois de 19 meses de pandemia, em que se verificaram meses de forte sufoco para o sector, os profissionais uniram-se neste movimento para tentar acabar com o fenómeno no-show que tem crescido nos últimos tempo. “Vários são os restaurantes que contam apenas com as suas reservas. Uma não comparência, é uma mesa perdida, que poderá fazer toda a diferença ao final do mês”, escrevem.

O movimento “Reserva e Aparece” visa a “promover a tomada de consciência pelos clientes e evitar estas situações”, na “expectativa de fazer deste um movimento que contribua para a tomada de consciência e mudança de atitude por parte dos prevaricadores”.

“E se o chef não aparecer e ainda assim tiveres que pagar a tua refeição?”, questiona o chef Lucas Azevedo do Praia no Parque. “Lembra-te que sempre que reservas e não apareces, a tua refeição já entrou nas contas do restaurante, com a diferença de que tu não a pagaste”, refere o mesmo, em comunicado enviado às redações.

“O no-show é um roubo. E, neste momento, uma ameaça real à viabilidade dos restaurantes”, considera Hugo Brito do Boi Cavalo. André Lança Cordeiro do Essencial vai mais longe e nota que “para um restaurante pequeno como o Essencial, quando 10% das reservas não aparecem, é problemático”.

Além da mesa ser ocupada por clientes que nunca aparecem, a não comparência após a realização de uma reserva leva ainda ao desperdício de alimentos já preparados, à impossibilidade de outras pessoas frequentarem o espaço e à falta de receitas financeiras.

Os chefs, sommeliers e proprietários fazem mesmo um apelo: “Ajudem-nos a manter os nossos restaurantes vivos”.

“Quando um cliente faz uma reserva num restaurante tem uma responsabilidade para com esse restaurante, com as pessoas que nele trabalham, com os fornecedores e produtores com toda uma cadeia que, ao não comparecer, está-lhes a faltar ao respeito e a promover baixas condições para um sector que por norma oferece muito pouca progressão de carreira e futuro”, aponta António Galapito, do Prado.

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