Ricardo Baptista Leite: “Se falharmos na resposta em Lisboa estaremos a falhar ao país”

O deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite salientou no final da décima apresentação da situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal a importância de conter a pandemia na capital. “Se falharmos na resposta em Lisboa estaremos a falhar ao país”, disse, referindo-se a alguns indicadores divulgados pelos epidemiologistas aos decisores políticos presente no auditório do Infarmed.

Ricardo Baptista Leite realçou o aumento dos internamentos e das mortes provocadas pela Covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, com a manutenção do número de infetados no concelho de Sintra e acréscimo no de Lisboa, mas salientou que o número de surtos no resto do país é agora de 48, contra apenas 12 há duas semanas, e que a percentagem de infetados em que é desconhecida a origem do contágio é maior no Norte (27%) e no Centro (26%) do que em Lisboa e Vale do Tejo (18%).

“Temos que estar muito atentos”, alertou o deputado social-democrata, apontando como pontos positivos da reunião avanços na identificação das pessoas infectadas e suspeitos, na medida em que os inquéritos epidemiológicos estarão a ser realizados no espaço de 24 horas, “o que é determinante para podermos controlar a pandemia”, e ainda a garantia de que o isolamento de uns e de outros está a ser feito.

Também referido por Ricardo Baptista Leite foi o despacho governamental que aponta a obrigatoriedade de testes de Covid-19 aos passageiros que chegam aos aeroportos nacionais, sem prejuízo de o PSD ter dado a garantia de que tudo fará para mitigar o impacto da crise no setor do turismo, nomeadamente no Algarve, devido à exclusão de Portugal do “corredor aéreo” do Reino Unido. A comitiva social-democrata que foi ao Infarmed também incluiu Cristóvão Norte, eleito pelo círculo de Faro, enquanto Rui Rio voltou a participar por videoconferência.

Ricardo Baptista Leite disse ainda que é fundamental que, além de resolver a situação atual, o Governo aproveite para preparar um próximo Inverno que poderá deixar o sistema de saúde sobrecarregado. “Não seria aceitável fechar a economia por falta de preparação”, sentenciou.

Pouco antes, o Presidente da República confirmou que não ficou agendada nenhuma 11.ª apresentação da situação epidemiológica da Covid-19 no Infarmed, anunciando que “o modelo foi reajustado em função das novas circunstâncias”. No sábado, o presidente do PSD, Rui Rio, dissera numa entrevista ao Porto Canal que o modelo estava “esgotado”.