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Ricciardi acusa Louçã de “bajular” Ricardo Salgado

Francisco Louçã socorreu-se de uma reportagem do “Diário de Notícias” para recordar as pressões que José Maria Ricciardi terá exercido junto do Governo para que a EDP e a REN fossem privatizadas. O antigo presidente do BESI questiona porque é que o Conselheiro de Estado nunca criticou a liderança do BES no tempo de Ricardo Salgado.
  • Cristina Bernardo
3 Novembro 2019, 16h38

José Maria Ricciardi respondeu a Francisco Louça a propósito de um artigo de opinião em que o antigo coordenador do Bloco de Esquerda se socorreu de uma reportagem do ‘Diário de Notícias’ para acusar o ex-presidente do BESI de ter pressionado o Governo de Passos Coelho durante as privatizações da EDP e da REN, “multiplicando iniciativas para pressionar uma solução a favor dos seus clientes”, usando “pelo menos quatro telefones” para “cercar o Governo”.

Em resposta, num artigo de opinião, publicado na última edição do jornal ‘Expresso’ (acesso pago), José Maria Riccardi acusou o ex-líder bloquista de “bajular o BES e o ‘dono disto tudo’ quando uma simples palavra de censura acarretava o ónus de uma reprovação” e questionou “por que razão não se reconhece a mínima voz crítica sobre a liderança do BES no tempo em que fazê-lo reclama coragem e verticalidade. Por esse motivo, o antigo líder do BESI refere que a “arrogância tem memória curta”.

Ricciardi termina o artigo negando sejam “os quatro telefones inventados que valem milhões mas sim as quatro caras de Louçã, unidas na arrogância, que se coligaram entre si para almejar recompensa”.

O texto foi enviado também ao Jornal Económico e pode ser lido abaixo:

“Louçã, as quatro caras de arrogância

De economista sem história, transfigurado em esquerdista radical para marcar a agenda da notoriedade, Louçã corrige a rota, envergando agora a veste do comentador abrangente, em busca das benesses de uma qualquer investidura pública.

Mas não consegue disfarçar a arrogância que lhe alimenta o ego, nem camuflar o impulso delatório que o conduz e arvorar-se em Inquisidor-geral, pronto a traçar o caminho do calvário às vítimas que visa arrojar para a fogueira.

Pobre país, se lhe conceder guarida.

Justiceiro de fresca data, não hesita em socorrer-se de uma qualquer peça jornalística de efabulações e falácias, para ganhar território na opinião pública, substituindo-se à autoridade judiciária, extraindo proveito da onda de revolta que suscitou o colapso do BES.

A arrogância tem memória curta.

Já vai longe o tempo em que bajulava o BES e o “dono disto tudo”, quando uma simples palavra de censura acarretava o ónus de uma reprovação.

Costuma então assobiar para o lado.

Porque razão não se lhe reconhece a mínima voz critica sobre a liderança do BES, no tempo em que, fazê-lo, reclamava coragem e verticalidade?

Não são os quatro telefones inventados ao signatário, nem as imaginárias influências sobre agentes políticos, ou mentirosas pressões para a demissão de governantes que valem milhões, mas sim as quatro caras de Louçã, unidas na arrogância, que se coligaram entre si para almejar recompensa.

Pobre país, se lhes der provimento”.

 

 

 

 

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