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Risco de crédito permanece elevado entre retalhistas de bens de consumo duradouros

O relatório da Crédito y Caución destaca que, ao nível global, persistem riscos de revisão em baixa, incluindo a queda dos mercados bolsistas, o aumento do desemprego e a volatilidade nos preços das matérias-primas, fatores que podem levar a uma redução nos gastos das famílias.
REUTERS/Henry Romero
27 Setembro 2024, 15h05

Um relatório recente da Crédito y Caución aponta que o risco de crédito entre os retalhistas de bens de consumo duradouros permanece elevado. Em 2023, as vendas globais desse setor enfrentaram desafios significativos devido à persistência das pressões inflacionistas. Além disso, as taxas de juro elevadas impactaram os rendimentos reais das famílias e minaram a confiança do consumidor em diversas regiões do mundo.

O relatório destaca que, ao nível global, persistem riscos de revisão em baixa, incluindo a queda dos mercados bolsistas, o aumento do desemprego e a volatilidade nos preços das matérias-primas, fatores que podem levar a uma redução nos gastos das famílias.

Na região da Ásia-Pacífico, espera-se que o crescimento desacelere em 2025, principalmente devido à diminuição da procura na China. Entretanto, a confiança do consumidor na zona euro e nos Estados Unidos mostrou sinais de recuperação desde o final de 2023, impulsionada por salários mais altos, inflação em queda e um aumento nas oportunidades de emprego. Nesse cenário, a seguradora de crédito prevê uma recuperação nas vendas de bens de consumo duradouros nos mercados avançados. Na União Europeia, após uma contração de 2,9% em 2023, as vendas devem crescer 0,6% em 2024 e 2,8% em 2025.

Apesar das perspectivas de recuperação, o risco de crédito para os retalhistas de bens de consumo duradouros em mercados avançados continua alto. Na Europa, o risco é classificado como elevado ou muito elevado em países como Portugal, Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Hungria, Itália, Holanda, Polônia, Reino Unido, Suécia e Suíça. As pequenas empresas, em particular, mostram-se mais vulneráveis a situações de falhas no pagamento e insolvências.

O setor opera num ambiente altamente competitivo, caracterizado por margens de lucro estreitas, que se tornam ainda mais pressionadas pelas frequentes reduções de preços, já que os consumidores procuram descontos ao longo do ano. Além disso, o crescimento das vendas online tem impactado os retalhistas tradicionais, com as vendas de bens de consumo pela internet a representar já 22% do total, segundo as estimativas do relatório.

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