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RTP “na luta” para reforçar distribuição de conteúdos portugueses no Brasil

A estação pública portuguesa é distribuída no Brasil via satélite, através do canal RTP Internacional, enfrentando no mercado dos operadores de televisão por subscrição a concorrência da SIC, uma vez que a televisão privada do grupo Impresa beneficiava de um acordo com a Sky/Rede Globo.
Cristina Bernardo
14 Julho 2020, 18h40

O presidente do conselho de administração da RTP, Gonçalo Reis, revelou esta terça-feira, 14 de julho, que é desejo da sua administração reforçar a distribuição de programas da estação pública no Brasil, apesar daquele país ser “um mercado difícil”. Mas a empresa está “na luta”, garantiu o gestor durante uma audição na comissão parlamentar de Cultura e Comunicação.

O mercado brasileiro é difícil “por várias razões”, indicou. Primeiro, “porque tem uma indústria de conteúdos muito forte” e também porque “os brasileiros têm alguma dificuldade em compreender a língua portuguesa”, afirmou Gonçalo Reis, indicando que é o que os estudos referem.

A estação pública portuguesa é distribuída no Brasil via satélite, através do canal RTP Internacional. Mas enfrenta a concorrência da SIC, uma vez que a televisão privada do grupo Impresa beneficiava de um acordo com a Sky/Rede Globo.

“Estamos na luta para distribuir junto desse operador ou junto de outros operadores que o consigam distribuir”, garantiu o presidente do conselho de administração da RTP.

Para encontrar alternativas à dificuldade que é em consolidar a presença da RTP no Brasil, Gonçalo Reis disse que a estação pública firmou um acordo “muito relevante com a TV Cultura” e com a “Fundação Roberto Marinho e a secretaria de Estado da Cultura do Brasil, que prevê e executa intercâmbio de programas”. Na mesma linha, tem trabalhado com o Museu de Língua Portuguesa, que vai ter conteúdos dos arquivos da RTP.

As palavras de Gonçalo Reis sobre o mercado brasileiro de media, surgem depois de em junho ter sido noticiado que a RTP tem perdido espaço junto das principais operadoras de televisão por subscrição do Brasil. Em alguns casos a RTP Internacional acabou substituída pelas emissões internacionais da SIC.

Contudo, nos termos da Lei da Televisão e do Contrato de Concessão de Serviço Público celebrado entre a RTP e o Estado, é obrigação da televisão pública portuguesa emitir programas destinados, sobretudo, aos portugueses residentes fora de Portugal e aos países da lusofonia, como é o caso do Brasil.

O grupo parlamentar do PS enviou um conjunto de questões, entretanto, para o Ministério da Cultura, que tutela a RTP, questionando a abrangência das emissões da RTP fora de Portugal. Os socialistas querem respostas sobre as obrigações de serviço público no que concerne às emissões internacionais da RTP dada a reduzida presença no Brasil.

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