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Rui Rio afasta coligações com o Chega após as legislativas (com áudio)

No debate televisivo entre os dois líderes de direita, Rui Rio considerou o partido de André Ventura “instável”, acusando o Chega de ter desestabilizado o acordo entre nos Açores à primeira oportunidade que teve.
José Coelho/Lusa
3 Janeiro 2022, 22h08

Rui Rio reconhece que uma votação muito elevada no Chega dificulta a constituição de um Governo de direita e do regresso do PSD ao poder, distanciando-se de uma coligação com o partido de André Ventura, com quem debateu esta segunda-feira na SIC. O líder social-democrata classificou o Chega como um partido “instável” e considera que o país prefere um PSD “moderado” e virado ao centro.

No debate que opôs os líderes daquelas que as sondagens colocam como as principais forças à direita, Rui Rio vincou que existem “divergências de fundo” com o Chega, começando pela rejeição do atual regime, o que torna “impossível ter uma coligação” com o partido.

O presidente de PSD vai “para lá da questão ideológica”, afirmando que o Chega “é um partido instável” e apontando ao cenário colocado nos Açores, onde ambas as forças políticas firmaram um acordo que terminou com 20 anos de governação socialista.

“Não posso fazer uma união com um partido instável. Nos Açores, onde havia um acordo, na primeira oportunidade o Chega criou instabilidade”, disse Rui Rio, que acusou ainda André Ventura de não ter mão no seu partido e de ameaçar expulsar os autarcas que viabilizaram orçamentos em câmaras e juntas socialistas e até comunistas.

Por oposição a esta postura, e em resposta a acusações de Ventura de que Rio havia viabilizado orçamentos do PS com uma verba para a TAP de quase o dobro do que para o Serviço Nacional de Saúde, o presidente do PSD lembrou que o documento em questão, o Orçamento Suplementar de 2020, foi aprovado em contexto de pandemia e era “decisivo” para o combate às consequências da mesma.

Simultaneamente, o líder do Chega mostrou-se “disponível para conversar” no próximo dia 31, se Rui Rio assim desejar, deixando, no entanto, um aviso.

“O Chega só aceita um Governo de direita em que possa fazer essas transições, e isso implica uma presença no Governo”, disse, referindo-se às reformas que o partido propõe na justiça e na “subsídio-dependência”.

De resto, André Ventura repetiu várias vezes algumas bandeiras do partido, como a castração química de pedófilos ou o regresso da pena de morte, vincando que estas são matérias das quais não abdicará numa negociação parlamentar.

[notícia atualizada às 22h22]

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