O antigo líder do PSD, Rui Rio, considera que a “principal derrotada” das eleições regionais da Madeira é a Procuradoria-Geral da República (PGR). Muito crítico da atuação do Ministério Público, em diversos casos, o social-democrata assinala, numa publicação na rede social X, que a PGR “resolveu participar” nas eleições da Madeira “com o espetáculo mediático que montou e o nada que entretanto teimosamente persiste”.
Rui Rio refere-se às aparatosas buscas do ano passado no âmbito de um processo que envolveu o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado e dois empresários, e no qual Miguel Albuquerque foi constituído arguido. A investigação acabou por ter consequências políticas – o PAN, que suportava o governo regional, retirou a confiança política a Albuquerque, e este renunciou ao cargo. Dissolvido o parlamento regional, o Presidente da República convocou eleições para 26 de maio daquele ano.
O PSD elegeu 19 deputados e venceu as eleições antecipadas, sem maioria absoluta, tendo feito um acordo pós-eleitoral com o CDS. Só que, seis meses depois, o governo acabaria por cair novamente depois de aprovada uma moção de censura apresentada pelo Chega. Realizadas no passado dia 23 de março, as eleições deram a Albuquerque o seu melhor resultado, tendo ficado a um deputado da maioria absoluta. Uma equação fácil de resolver, pois bastou o deputado eleito do CDS para alcançar uma solução governativa mais sólida do que as anteriores.
Mais de um de ano depois da investigação que visa Albuquerque, e duas eleições antecipadas volvidas, Rui Rio defende que “a bem da Justiça, a PGR devia entender que tem de mudar, aprendendo com a irrelevância que o povo lhe atribuiu”. O reeleito presidente do governo regional, recorde-se, é suspeito de corrupção, prevaricação, abuso de poder e atentado contra o Estado de Direito. Não são conhecidos, entretanto, desenvolvimentos do caso.
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