A Federação Russa está entre as grandes ausências da lista de mais de 180 países visados pelas tarifas de Donald Trump. Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, justificou a decisão, em entrevista à “Fox News”, com as sanções em vigor contra o Kremlin.
Também a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, citada pelo jornal digital “Axios”, mencionou que a existência de sanções pesou na exclusão de Moscovo da lista, dado que “inviabilizam qualquer [volume de] comércio significativo” com os EUA.
Segundo o “El Economista”, contudo, a Rússia está a viver um “verdadeiro crash bolsista” e a situação económica do país é tão ou mais frágil do que a dos países incluídos por Trump na lista.
O comércio com a Rússia caiu drasticamente desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, de acordo com o Departamento de Censos dos Estados Unidos (United States Census Bureau), citado pela publicação espanhola. Em números, as importações de bens da Rússia caíram de cerca de 29,6 mil milhões de dólares em 2021 para três mil milhões de dólares em 2024. No ano passado, o comércio total foi de apenas 3,5 mil milhões de dólares. Hoje, o mercado norte-americano responde por menos de 1% do negócio externo da Rússia, explica o “El Economista”.
Da parte do Conselho Económico Nacional da Casa Branca, Kevin Hasset diz que a ausência de comércio tem muito a ver com as negociações de paz na Ucrânia.
“É óbvio que estão a decorrer negociações com a Rússia e com a Ucrânia e penso que o Presidente tomou a decisão de não misturar estas duas questões. Isso não significa que a Rússia venha a ser tratada de forma muito diferente dos outros países”, disse numa entrevista à ABC.
A baixa dependência não impediu que a bolsa de Moscovo, nomeadamente o índice Moex, caísse quase 3,91% na segunda-feira, acompanhando as fortes perdas globais na primeira negociação da semana.
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