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Saiba como a Reserva Federal norte-americana tem influência na maior economia mundial

A Reserva Federal norte-americana foi criada em 1913 quando o presidente, Woodrow Wilson, promulgou o Ato da Reserva Federal. A Fed é o banco central dos EUA e as suas decisões têm impacto direto no sistema económico financeiro norte-americano. Com a globalização dos mercados, perceber como funciona o banco central que zela pela maior economia do mundo é sempre útil.
3 Dezembro 2018, 17h00

Desde 1871 que os Estados Unidos têm a maior economia mundia. Em 2017, o valor da economia norte-americana, medida pelo produto interno bruto (PIB) ascendia acima dos 19 biliões de dólares, ou seja, correspondia a acerca de 25% da economia mundial. Num mundo cada vez mais globalizado, em que as transações económicas são cada vez mais transfronteiriças, compreender o funcionamento da economia de cada Estado soberano é crucial para analisarmos os graus de risco económico em investir em determinado país – comprando títulos obrigacionais, por exemplo – para não sermos apanhados em contrapé. No melhor dos casos, até se podem encontrar oportunidades que gerem bom retorno. Essa análise tem de começar pela compreensão do sistema económico desse país, o que implica entender os bancos centrais.

Voltando ao contexto norte-americano, porque é a maior economia do mundo, a primeira coisa a saber é que o banco central dos EUA se chama Reserva Federal norte-americana, também conhecida por “Fed” (diminutivo amerinano para se referir a “The Federal Reserve”). Mas como é que a atuação da “Fed” influencia a economia norte-americana?

Objetivos e atuação da Fed

A Reserva Federal norte-americana tem quatro grandes objectivos, como explica o BiG – Banco de Investimento Global. A “Fed” define a política monetária económica dos EUA , regula e monitoriza as instituições financeiras  e promove a estabilidade do sistema financeiro , assegurar a segurança e eficiência de pagamentos e, claro, garantir a proteção dos consumidores e o desenvolvimento da comunidade.

Por sua vez, a política monetária da “Fed” é para alcançar três objetivos. Contribuir positivamente para o crescimento do emprego, isto é, maximizar a empregabilidade; controlar a inflação, ou seja, assegurar a estabilidade dos preços; e regular a circulação do dinheiro na economia, zelando pelas taxas de juro.

Para realizar estes três objetivos, a Reserva Federal dispõe de três instrumentos. A Fed Funds Rateisto é, definir as taxas de juro aplicadas aos empréstimos de reservas entre bancos. “Ao controlar esta variável, a Fed consegue ter influencia sobre praticamente todas as outras taxas de juro praticadas pelos bancos junto da economia americana”, explica o BiG. A “Fed” também aplica uma taxa de desconto, isto é, a taxa de juro que os bancos têm de pagar quando se financiam junto da Reserva Federal. E, a definição dos requisitos de reserva, ou seja, como diz o BiG, é “a parcela dos depósitos recebidos que os bancos são obrigados a manter como reserva”.

Impacto da Fed na economia norte-americana

Recorrendo aos três instrumentos para alcançar os objetivos da política monetária, a Fed tem influência direta na economia norte-americana. Desde logo, ao nível das taxas de juros, isto é, o preço a pagar por um empréstimo, e também ao nível da liquidez dos mercados, isto é, dinheiro disponível a circular. Por seu turno, estes impactos  reflectem-se nos mercados valores mobiliários, como os mercados acionistas e obrigacionistas, e, claro, na economia real.

Assim, por exemplo, num contexto de política monetário expansionsista, em que a Fed utiliza os seus instrumentos para estimular a economia, o que ocorre em casos de recessão ou até de deflação, a  Fed Funds Rate é diminuída. Assim, há menos incentivo para as pessoas terem o seu capital “parado” em depósitos e consomem mais, tendo também mais facilidades em conseguirem financiamento junto dos bancos. Resultado: aumenta-se a liquidez da economia.

No mercado bolsista, devido ao aumento de liquidez na economia, há mais capacidade para “a tomada de posições alavancadas no mercado a menores taxas de financiamento”, revela o BiG. “Também beneficia as empresas através da redução de custos de financiamento”.

Já num período de política monetária de contração, quando a inflação é superior ao desejado, a Fed Funds Rate é elevada. Assim, diminui-se a liquidez da economia, o mercado acionista contrái-se e o mercado obrigacionista é penalizado.

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