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São Tomé e Príncipe: ADI acusa presidente da República de “golpe de Estado palaciano” ao nomear Américo Ramos

Em conferência de imprensa dirigida ao povo são-tomense e à comunidade internacional, o partido que assegurou maioria absoluta nas eleições legislativas de 2022 deixou claro que o partido rejeita o nome do antigo ministro das Finanças, Américo Ramos, para o cargo. 
Presidente eleito Carlos Vila Nova
13 Janeiro 2025, 15h09

A Ação Democrática Independente (ADI) acusou, esta segunda-feira, o presidente da República Carlos Vila Nova de ter levado a cabo um “golpe de Estado palaciano” com a nomeação de Américo Ramos, atual governador do Banco Central, para primeiro-ministro e Chefe de Governo.

Em conferência de imprensa dirigida ao povo são-tomense e à comunidade internacional, o partido que assegurou maioria absoluta nas eleições legislativas de 2022 deixou claro que o partido rejeita o nome do antigo ministro das Finanças para o cargo.

“O ADI apresentou vários candidatos ao cargo de primeiro-ministro e Chefe de Governo, sempre recusados pelo senhor Presidente da República, culminando com uma farsa audição dos partidos políticos onde tudo o que disse ao ADI foi uma mera evidência, isto é, que reconhecia o direito do partido de formar governo e completar o seu mandato, uma vez que havia as eleições legislativas com maioria absoluta”, afirmou Alexandre Guadalupe, porta-voz do ADI.

No domingo, após a exoneração de Ilza Amado Vaz, a ADI apresentou a Carlos Vila Nova o nome de Adelino Pereira, “uma figura despida de conotações políticas partidárias […].

“Esta nomeação está ferida de grosseira e irreparável inconstitucionalidade, não tendo, por isso, qualquer validade ou efeito na ordem jurídico-constitucional são-tomense. Não se está perante um primeiro-ministro e chefe de Governo do ADI ou por ele indicado, bem como o Governo, eventualmente constituído, não será jamais um Governo do partido ADI”, continuou, afirmando que o partido entendo que não existe espaço na Constituição da República são-tomense “para governos de iniciativa presidencial, nem pode qualquer Governo em São Tomé e Príncipe tirar a sua legitimidade da vontade única e exclusiva do Presidente da República, devendo sempre e irremediavelmente o partido vencedor das eleições formar o Governo”.

“A ADI condena veemente a decisão” do Presidente da República “que, agindo por impulso e interesse próprio, viola à luz do dia e sem qualquer pudor o pacto constitucional, deitando por água abaixo todas as conquistas democráticas obtidas até então pelo nosso povo”, afirmou o mesmo porta-voz.

 

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