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São Tomé e Príncipe reformula banco central

Nova Lei Orgânica do Banco Central vem “reforçar autonomia” da instituição, explicou Américo Ramos no ano passado, ainda como Governador. Nomeação do seu sucessor será anunciada em breve.
30 Maio 2025, 18h30

O sucessor de Américo Ramos no Banco Central de São Tomé e Príncipe (BCSTP) já estará escolhido. Agostinho Fernandes, antigo ministro da Economia, deverá ser apontado Governador da instituição, apurou o Jornal Económico (JE) de várias fontes.

A promulgação da nova Lei Orgânica do Banco Central de São Tomé e Príncipe pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova, no passado dia 23 de maio, era a peça que faltava para a nomeação do novo Governador.

Ao Jornal Económico (JE), o ministro de Estado, da Economia e Finanças, Gareth Guadalupe, admite que a nomeação do novo Conselho de Administração aconteça nas “próximas duas semanas”. “Não queríamos fazer a nomeação com base na anterior lei orgânica”, explicou o ex-administrador do Banco Central.

Na nova lei, à qual o JE teve acesso, a constituição dos órgãos de administração e fiscalização sofre várias alterações. O Conselho de Administração, enquanto órgão diretivo superior, passa a ser composto por sete membros – Governador, dois administradores executivos e quatro administradores não executivos.

Os três primeiros, que integram a Comissão Executiva do Conselho de Administração, são nomeados por Decreto do Governo, com os restantes a serem apontados por resolução do Conselho de Ministros. De acordo com a lei ainda em vigor, a nomeação do Governador era feita pelo Conselho de Ministros. Sem Governador desde meados de janeiro, altura em que Américo Ramos foi para o Governo, a instituição é liderada interinamente pela vice-governadora Lara Simone Beirão, cargo extinto no novo diploma.

A atual Lei Orgânica do Banco Central, em vigor desde 1992, quando o país estava em transição de uma economia centralizada para uma economia de mercado, decorre das recomendações feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no sentido de modernizar o quadro regulatório em matéria monetária e financeira.

A lei agora promulgada, que deverá ainda ser publicada em Diário da República, estava em discussão no Parlamento desde 2022. Entre as “linhas vermelhas “que dividiram bancadas destacam-se a “reintrodução de notas e moedas fora de circulação” e a “forma de nomeação do Governador”, explicou ao JE Danilo Santos, deputado e presidente da Segunda Comissão Especializada Permanente (Assuntos Económicos, Financeiros e do Orçamento). Agostinho Fernandes, advogado e antigo presidente da Ação Democrática Independente (ADI), terá recebido o convite “há uns meses”, soube o JE.

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