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Se aulas começassem hoje 48 mil alunos não teriam professor

O “Diário de Notícias” revela que existem 21 disciplinas sem docentes disponíveis em várias zonas do país, com Lisboa, Beja, Faro e Setúbal a serem os lugares mais críticos e Informática, Português, Línguas Estrangeiras e Matemática as disciplinas mais deficitárias. Ministério da Educação e sindicatos reúnem amanhã para negociar moldes do concurso extraordinário de professores a lançar em breve.
29 Agosto 2024, 09h19

“Se as aulas começassem hoje, haveria 48 mil alunos sem professor”, alerta esta quinta-feira, 29 de agosto, o “Diário de Notícias”. O jornal, que cita Davide Martins, professor e um dos colaboradores do blogue ArLindo, um dos mais lidos na área da Educação, revela que estão a concurso 444 horários em “Oferta de Escola”, incluindo o Ensino Artístico para grupos de recrutamento. Fora isso são 326.

“No ano passado tínhamos 265 horários a concurso a 31 de agosto. Este ano temos mais, sendo Informática, Geografia e Português os três grupos que se destacam”, explica ao DN.

A mesma fonte aponta ao jornal a existência de 21 disciplinas sem docentes disponíveis em várias zonas do país, entre elas Informática, Português, Línguas Estrangeiras e Matemática. Lisboa, Beja, Faro e Setúbal são os lugares mais deficitários, mas não os únicos.

Para enfrentar o problema, da falta de professores nas escolas, o Governo aprovou em Conselho de Ministros o lançamento de um concurso extraordinário de professores cujos moldes serão debatidos esta sexta-feira, 30 de agosto, entre o Ministério da Educação e os sindicatos, bem como a atribuição de um subsídio para professores deslocados da área de residência. Presidente da República promulgou o diploma esta segunda-feira, 26 de agosto.

Ao “Diário de Notícias”, esta quinta-feira, Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), revela ceticismo: “Não temos professores. O Ministério da Educação pode fazer os concursos extraordinários que quiser, mas sem apoio de nada serve”. O responsável defende que acima de tudo, são necessários “apoios efetivos reais na deslocação e alojamento de professores para que estes estejam dispostos a lecionar a centenas de quilómetros das suas residências”.

De referir que o Governo aprovou o pagamento entre 75 e 300 euros mensais para professores deslocados da área de residência, dependendo da distância percorrida.

O presidente da ANDAEP alerta sobretudo para a escassez de docentes de Português, por ser “uma disciplina base, sujeita a exame no 9º ano e exame nacional para todos os alunos de 12º”. Além disso, é uma “disciplina essencial para os alunos estrangeiros, que precisam de apoio de Português Língua Não-Materna”.

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, anunciou em junho último um pacote de medidas visando resolver o problema dos alunos que ficam sem aulas por falta de professores para reduzir em 90% os alunos sem aulas no fim do 1º período face ao ano anterior Este pacote é complementado pelas duas medidas que vão ser negociadas amanhã entre o Ministério da Educação e os sindicatos dos professores.

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