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“Se UE e EUA concordam com dois Estados, então implementem”

Defensor da paz, Nabil Abuznaid relembra que o direito internacional considera a Palestina território ocupado, criticando a falta de ação ocidental face às repetidas violações israelitas. Reconhecendo que a Fatah está a perder terreno para o Hamas, o oficial palestiniano em Portugal sublinha as dificuldades de governar sob ocupação, mas vê no caso português algumas lições para um futuro Estado da Palestina.
15 Dezembro 2023, 09h30

Oataque do Hamas a 7 de outubro reacendeu o foco mundial num conflito que dura há quase 80 anos e que muito tem polarizado, mas pouco tem avançado para a solução de dois Estados, que parece reunir o consenso da comunidade internacional. Para o embaixador da Palestina em Portugal, Nabil Abuznaid, a demora em reconhecer o Estado palestiniano só beneficia a ocupação israelita, que acusa de impunidade. Ainda assim, há espaço para a autocrítica, sobretudo à Fatah, cada vez mais irrelevante para a população.

Marcelo Rebelo de Sousa teve palavras polémicas sobre a responsabilidade da situação em Gaza e, mais recentemente, o ministro dos Negócios Estrangeiros reiterou o apoio português a Israel. Como avalia a posição portuguesa relativamente a este assunto?
Depende da expectativa. Se compararmos a posição oficial do Governo português com outros países europeus, podemos dizer que é justa; se compararmos com as expectativas palestinianas, é curta. Por isso é que o problema dos palestinianos se relaciona com Israel, mas também com a postura europeia e americana. O problema é único porque é americano, vê-se como os EUA mandaram o presidente, o secretário de Estado, o secretário da Defesa, o chefe da CIA, pessoal e líderes militares, [Anthony] Blinken esteve nas reuniões do conselho de guerra… Diz-nos que este conflito não é meramente entre israelitas e palestinianos. Na Europa há um certo sentimento de culpa que leva a um apoio a Israel independentemente do que faça, como um bebé mimado. Nos primeiros dois dias, os EUA lideraram o processo de formação de opinião pública: o presidente Biden falou nas crianças decapitadas, que se veio a ver que era falso, mas por isso é que a Europa enlouqueceu. Não questionaram a veracidade destas alegações. Este conflito não é fácil, conhecendo os países envolvidos. Na maior parte das vezes, as decisões são tomadas para agradar aos norte-americanos.

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