É com certeza uma das viagens mais stressantes do secretário de Estado Antony Blinken ao exterior: quando partiu dos Estados Unidos para a China, durante o fim-de-semana, os serviços diplomáticos dos dois países ainda não tinham conseguido assegurar um encontro entre o membro da administração Biden e o presidente da China, Xi Jinping. Desde que o diplomata chegou a território chinês, os esforços continuaram, emprestando um novo dado à viagem: se o encontro com o presidente não se desse, a viagem seria um fracasso.
Segundo as últimas informações recolhidas pelas agências internacionais, o encontro parece estar marcado – o que é claramente uma boa notícia para o desanuviamento dos laçoes entre as duas maiores economias do mundo – afinal, o objetivo central da viagem.
Entretanto, o secretário de Estado reuniu-se com o principal diplomata da China, Wang Yi, em Pequim, exatamente com essa agenda: recuperar uma relação que todos os dias fica um pouco mais tensa. Em comunicado após o encontro, Wang adotou uma linha mais combativa do que a do ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, que manteve mais de sete horas e meia de conversas com o secretário de Estado no domingo passado.
O Ministério das Relações Exteriores chinês adiantou que Wang disse a Blinken que as relações entre os dois países estavam numa “conjuntura crítica” e que é preciso fazer um diálogo ou confronto, cooperação ou conflito. A postura de dureza de Pequim já era esperada peloo secretário de Estado, depois de, no final da semana passada, um telefonema entre os dois governos não ter corrido propriamente bem. De algum modo, Pequim trata de se mostrar duro perante as investidas dos Estados Unidos – principalmente quando concentradas na questão de Taiwan e parace apostada em ‘vender cara’ uma reaproximação.
Wang culpou os Estados Unidos pelos problemas entre os dois países e enfatizou que Taiwan é seu “interesse central”, que “não abre espaço” para compromissos. Seguno as agências internacionais, Blinken adotou um tom mais conciliador, enfatizando a necessidade da existência de canais de comunicação aberto para garantir que “a concorrência não se transforme em conflito”.
Blinken é o responsável do governo Biden mais importante a visitar a China desde 2019, na pré-pandemia. A visita ocorre após vários meses de maior contato entre altos funcionários dos Estados Unidos e da China no exterior ou por encontros virtuais. Blinken deveria ter visitado a China em fevereiro passado, mês em que as relações entre os dois países bateram no fundo depois do episódio dos ‘balões-espiões’.
Segudo os jornais dos Estados Unidos, o Departamento de Estado norte-americano descreveu as conversas como um esforço “franco, substantivo e construtivo” para manter “canais de comunicação abertos”. Blinken convidou Qin Gang a visitar os Estados Unidos.
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