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Semana da Black Friday é a melhor do ano na Farfetch: “Estamos expectantes, ansiosos e otimistas”

Chefe de operações do unicórnio luso-britânico diz ao JE que ainda é cedo para fazer um balanço da adesão à primeira marca de roupa própria da empresa, a There Was One, e garante “a moda de luxo tem menor sensibilidade a momentos macroeconómicos de inflação”.
19 Novembro 2021, 15h15

E vão três. É o terceiro trimestre consecutivo de lucros para a Farfetch. Entre os meses de julho e setembro, a tecnológica luso-britânica da moda de luxo teve resultados positivos, após impostos, de 769 milhões de dólares (cerca de 680 milhões de euros), um ano depois de reportar um prejuízo de 537 milhões de dólares (aproximadamente 475 milhões de euros).

O diretor geral da empresa em Portugal garante ao Jornal Económico (JE) que o unicórnio “continua a capturar de forma muito acelerada quota de mercado”. “Tivemos um início de quarto trimestre, com um Single’s Day (Dia dos Solteiros) na China muito forte, e vimos apetite nos consumidores para continuar a comprar online, no site e na aplicação e até na nossa loja no Tmall Luxury Pavilion [da Alibaba]. A Black Friday também é bastante relevante para nós. Costuma ser a melhor semana do ano, portamos estamos bastante expectantes, ansiosos e otimistas”, afirma Luís Teixeira.

Questionado sobre a crise das matérias primas no sector têxtil, que ameaça fazer subir os preços das roupas entre 15 a 50%, já no próximo ano, o Chief Operating Officer (COO) da Farfetch refere que “qualquer indústria é sensível a aumentos de inflação e preços”, contudo “a História diz-nos que, quando olhamos para a indústria da moda de luxo, que há uma menor sensibilidade a momentos macroeconómicos de inflação”. “Não podemos é dizer que não há impacto”, salvaguarda, em declarações ao JE.

No terceiro trimestre, as receitas da Farfetch aumentaram de 437,7 milhões de dólares para 582,6 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2021, o que representou um crescimento de 33,1%, impulsionado principalmente pelo crescimento de 26,5% nas receitas da plataforma digital, para 397,1 milhões de dólares, e pelo crescimento homólogo de 47,2% nas receitas da plataforma da marca, para 165,3 milhões de dólares.

O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) aumentou em 15,6 milhões de dólares, para 5,3 milhões de dólares, no terceiro trimestre de 2021 e a margem melhorou para 1,1%, na sequência de uma quedas nas despesas gerais e administrativas e nos gastos em tecnologia em percentagem da receita ajustada (mais precisamente de 7,7% para 6,5%).

“Tivemos mais um trimestre de EBITDA ajustado positivo, de cerca de 5 milhões, uma melhoria face ao ano anterior em cerca de 15 milhões, porque tinha sido negativo em 10 milhões. Estamos num caminho positivo que delineámos para 2021. O nosso GMV ascendeu a mil milhões de dólares, um crescimento de 28% face ao ano anterior e o dobro de há dois anos”, destacou o COO. Porém, explica que “ainda é cedo” para fazer um balanço da adesão à primeira marca de roupa própria da Farfetch, a There Was One (TWO).

Em termos de liquidez, a 30 de setembro, o fluxo de caixa e equivalentes da empresa era de 1.349,7 milhões de dólares, menos 223,7 milhões de dólares do que a 31 de dezembro de 2020.

“Num trimestre onde nós vimos alguma alteração de dinâmica do comportamento dos consumidores, essencialmente em setembro, conseguimos crescer 28% no ano. Tem havido uma estratégia de captura de quota de mercado. Tivemos muitos meses seguidos de crescimento exponencial, mas o nosso compromisso com o mercado é termos um objetivo contínuo de ano a ano ter um crescimento no GMV de cerca de 30%”, recordou Luís Teixeira.

Em relação à chegada da Klarna a Portugal, uma das fintechs que permite aos clientes da Farfetch comprar roupa, sapatos e acessórios em três prestações, o responsável de operações clarifica que “a plataforma já usa Klarna em alguns dos mercados onde esse tipo de pagamentos é mais requisitado, nomeadamente nos Estados Unidos ou no Reino Unido. “O que estamos a fazer neste momento é avaliar não só a Klarna mas outros players, como a Afterpay que usamos na Austrália, em toda esta estratégia do buy now pay later. É de facto uma tendência em alguns mercados. Os consumidores estão a pedir esses pagamentos”, sublinha.

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