Mais de metade dos senhorios (58%) com rendas antigas não pediu a compensação do Estado que se encontra prevista na lei. A conclusão é do mais recente estudo “Confiança dos Proprietários” da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP).
Ainda assim, “o congelamento de rendas é um flagelo que assola praticamente dois terços dos respondentes (65,5%)” da mais recente edição do barómetro da ALP.
A análise mostra que estes senhorios não pediram a compensação pelas rendas consideradas por vários motivos: 32,2% sustenta que o valor a receber pelo Estado “não compensa o desgaste do processo burocrático”, 14% admite que não sabe se tem direito, 11,2% não sabe onde arranjar a documentação necessária e 6,5% não dispõe de meios informáticos para o fazer, visto que este subsídio só pode ser pedido pela internet.
“Três quartos de todos os respondentes (76,4%) não acreditam que o Governo liderado por Luís Montenegro vá abolir o congelamento de rendas neste mandato”, lê-se nas conclusões do oitavo barómetro da ALP. Assim, os senhorios admitem que entram em 2025 “sem confiança no mercado imobiliário e nos políticos”.
“Grande parte dos problemas do mercado de arrendamento português solucionavam-se quase de imediato se o Estado atuasse como pessoa de bem e quisesse mesmo fazer a reparação da injustiça que foi – e continua a ser – o congelamento das rendas”, sustenta Luís Menezes Leitão, presidente da ALP. “É um fenómeno que destrói o desenvolvimento do arrendamento, da habitação e da mobilidade social há demasiados anos. É uma injustiça geracional que não há forma de nenhum Governo ter a coragem de reparar e ficar na história como tendo dado esse passo necessário”, defende.
Sobre a falta dos pedidos de compensação ao Estado, e até pelo processo burocrático, os proprietários admitem “praticar rendas razoáveis e acreditam que o mercado de arrendamento vai, em 2025, ver agravados os seus problemas estruturais e que os preços das casas aumentarão em todo o país”. Assim, 27,5% assegura praticar valores acessíveis, 26,5% pratica valores abaixo do mercado, enquanto mais de 36% dos inquiridos defende praticar rendas baixas ou muito baixas.
Neste mesmo estudo, 21,1% dos senhorios admite ter rendas em atraso, com 55% a registar incumprimento de pagamento por parte dos arrendatários entre um e três meses, enquanto 23,4% dos proprietários regista mais de seis meses de atraso.
“Mais de um quarto dos senhorios (26,4%) que enfrentam o incumprimento contratual tencionam negociar amigavelmente um plano de pagamentos com vista à regularização dos valores em falta. Mas um quinto (22%) ponderam avançar para um processo de despejo”, lê-se na missiva da ALP.
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