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Sindicato dos Quadros indignado com dividendos do Santander Totta

“O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários critica veementemente o recente despedimento de 1.175 trabalhadores do banco Santander Totta – dos quais 49 foram incluídos num processo de despedimento coletivo”, diz a entidade liderada por Paulo Gonçalves Marcos.
Cristina Bernardo
3 Fevereiro 2022, 13h33

Depois do anúncio do regresso à distribuição de dividendos o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) fez um comunicado considerando que o pagamento de dividendos no Santander Totta é uma afronta aos trabalhadores do banco que foram despedidos.

Recorde-se que o Santander Totta vai distribuir este ano dividendos referentes aos anos em que não os pagou, por recomendação do Banco Central Europeu (BCE), e já em fevereiro irá a assembleia-geral o pagamento de 480 milhões de euros.

“O banco vai voltar ao pagamento de dividendos este ano. Não distribuímos dividendos referentes a 2019, 2020 e 2021”, disse o administrador financeiro, Manuel Preto, em conferência de imprensa de apresentação de resultados.

A primeira proposta de dividendos, afirmou, será feita na assembleia-geral de 28 de fevereiro de pagamento de 480 milhões de euros, referente aos lucros de 2019 (527,3 milhões de euros).

“O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários critica veementemente o recente despedimento de 1.175 trabalhadores do banco Santander Totta – dos quais 49 foram incluídos num processo de despedimento coletivo –, isto quando o banco anunciou ontem uma subida dos lucros em 2021, que se saldaram em 298,2 milhões de euros, mais 0,9% que em 2020, e que quando revelou que se prepara para pagar dividendos à casa-mãe em Espanha, referentes ao ano de 2019, e que avançará posteriormente para o pagamento de dividendos dos anos de 2020 e 2021″, lê-se no comunicado do sindicato.

“A explosiva redução do quadro de pessoal de 1.175 trabalhadores num só ano não se justificava, nem era necessária e muito menos um despedimento coletivo, que, essencialmente, serviu para constranger e pressionar os trabalhadores que o Banco pretendia que cessassem os contratos de trabalho”, afirma o presidente do SNQTB, Paulo Gonçalves Marcos, sublinhando ainda que “se os lucros comprovam a desnecessidade destas medidas espartanas, o anunciado pagamento de dividendos pelos anos de 2019, 2020 e 2021 (a confirmar-se) é uma completa afronta aos trabalhadores que saíram do Banco e, muito especialmente, aos que foram abrangidos pelo despedimento coletivo”.

“O banco Santander Totta continua a gerar lucros significativos”, lembra o sindicato.

A instituição liderada por Pedro Castro e Almeida teve lucros em 2021 de 298,2 milhões de euros, apesar dos custos de 260 milhões da restruturação e do encargo extraordinário de 164,5 milhões (líquidos de impostos) para a otimização da rede de agências e investimentos em processos de tecnologia.

“O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários continuará a pugnar pela defesa dos trabalhadores do banco Santander Totta, lutará junto dos tribunais com os que foram despedidos e que, pelos que ficaram no banco. O SNQTB estará atento e disponível para tomar todas as medidas necessárias para que 2021 jamais se repita”, avisa ainda a estrutura sindical.

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