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Síria: Vitória eleitoral de al-Assad só foi comemorada entre amigos

Irão e Rússia apressaram-se a saudar uma vitória que desta vez chegou aos 95%, enquanto o ocidente se manteve indiferente, depois de se afirmar que a auscultação dos eleitores não tinha qualquer significado democrático.
28 Maio 2021, 18h10

Os principais aliados do governo sírio de Bashar a-Assad, o Irão e a Rússia, foram dos poucos países que publicamente se mostraram satisfeitos com a vitória de Bashar al-Assad nas eleições desta semana – e que o atual e futuro presidente ‘limpou’ com 95% dos votos expressos. Uma vitória esmagadora numas eleições que o ocidente observou quase unanimemente como “uma farsa”.

Os resultados oficiais agora anunciados deram a al-Assad mais de 95% dos votos e um quarto mandato seguido, numa eleição realizada apenas em áreas controladas pelo governo – o que deixou de fora não só muitos sírios como principalmente todas as bolsas significativas da oposição que há dez anos quase conseguiu fazer uma revolução na Síria.

Teerã descreveu a vitória do seu aliado como “um grande passo” para restaurar a paz após uma década de guerra civil. “A República Islâmica do Irão dá os parabéns ao presidente al-Assad e ao resiliente povo sírio pela sua vitória decisiva nestas eleições”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano em comunicado citado pela comunicação social do país. “A organização bem-sucedida das eleições e ida em massa do povo sírio às urnas marcam um grande passo no estabelecimento da paz”, continua o comunicado

O outro aliado importante de al-Assad, a Rússia, também felicitou a sua vitória esta sexta-feira, saudando-a como “decisiva” e como um “passo importante para fortalecer a estabilidade interna”. “Vemos as eleições como um assunto soberano da República Árabe Síria e um passo importante para fortalecer a sua estabilidade interna”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Na véspera das eleições, os Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália emitiram pareceres que consideravam o ato eleitoral “não foi livre nem justo”. A muito fragmentada oposição síria apoiou estes comentários.

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