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“Squid Game” leva Netflix a ganhar 4,4 milhões de novos subscritores

A plataforma acrescenta que no terceiro trimestre de 2020 tinha adicionado 2,2 milhões de subscritores pagos. No total, a empresa terminou o trimestre de 2021 com um total de 214 milhões de subscritores a pagar pelo serviço.
  • Mollie Sivaram /Unsplash
20 Outubro 2021, 10h45

A plataforma de streaming verificou um aumento de 4,4 milhões de novos subscritores no terceiro trimestre de 2021, um valor acima das previsões de 3,84 milhões dos analistas. A empresa de Reed Hastings assumiu um crescimento da receita na ordem dos 16% face ao ano passado para 7,5 mil milhões de dólares (64,5 mil milhões de euros), muito por causa do crescimento da série sul-coreana “Squid Game”.

O crescimento da Netflix está também relacionado com a receita operacional, que subiu 33% em relação ao mesmo trimestre de 2020 para 1,8 mil milhões de dólares (1,55 mil milhões de euros).

“Após uma lista de conteúdos mais leves que o normal no primeiro e segundo trimestre devido a atrasos na produção relacionados com o Covid-19 em 2020, estamos a ver efeitos positivos para a segunda metade do ano”, lê-se na carta da Netflix aos acionistas.

A plataforma acrescenta que no terceiro trimestre de 2020 tinha adicionado 2,2 milhões de subscritores pagos. No total, a empresa terminou o trimestre com um total de 214 milhões de subscritores a pagar pelo serviço.

“Estamos muito animados para terminar o ano com o que esperamos ser a nossa oferta mais forte do quarto trimestre até agora, o que evidencia a nossa maior despesa em conteúdos e menores margens operacionais”, indica a carta.

A região da Europa, Oriente Médio e África (EMEA) verificou um aumento de 1,8 milhões de subscritores, em contraste com os 188 mil do segundo trimestre. Os Estados Unidos, Canadá e América Latina também viram o número de subscritores crescer mas a um ritmo mais fraco.

Para o último trimestre do ano, a empresa espera adicionar mais 8,5 milhões de subscritores, e uma receita de 7,71 mil milhões de dólares (6,62 mil milhões de euros), num crescimento de 16,1%. A receita operacional, por sua vez, deve crescer 500 milhões de dólares (430 milhões de euros)

Na carta dirigida aos investidores, a Netflix adianta que o “crescimento da receita no terceiro trimestre foi impulsionado por um aumento de 9% e de 7% na média de assinaturas de streaming pagas e de receita média por assinante, respetivamente”.

“Estamos em território desconhecido”, apontou Reed Hastings no vídeo que acompanhou a carta aos investidores. “Temos conteúdo a chegar no quarto trimestre como nunca tivemos, então vamos ter de apalpar caminho e ver se isso também vai resultar no ano que vem”.

As perspetivas da plataforma é retomar o cronograma e a planificação ao longo do próximo ano, afastando-se dos atrasos impostos pela pandemia de Covid-19.

O conteúdo que interessa

O objetivo da Netflix é não mexer em equipa que ganha. Se é visto por milhões, o ideal é continuar a lançar novas temporadas até que continue a fazer sentido para a empresa e para os subscritores. A quinta temporada de “La Casa de Papel” e a terceira de “Sex Education” são dois desses exemplos.

No terceiro trimestre, 69 milhões optaram por ver a mais recente temporada da série espanhola, enquanto 55 milhões de membros escolheram ver a série britânica. Estes valores foram calculados nas primeiras quatro semanas após o lançamento, com a empresa a apostar nestes dois conteúdos (a quarta temporada de “Sex Education” já estará em andamento).

Para a série “A Criada”, protagonizada por Margaret Qualley e Andie MacDowell, a plataforma tem grandes esperanças. A Netflix estima que a série da premiada guionista Molly Smith Metzler chegue a 67 milhões de membros nas quatro semanas seguintes à estreia.

Com o sucesso de “La Casa de Papel”, que se iniciou numa televisão espanhola e depois foi produzida pela Netflix, a empresa decidiu apostar em conteúdos locais e dar aos membros uma maior escolha de estórias.

“Não há melhor exemplo que o ‘Squid Game’, uma estória única coreana que primeiramente capturou o zeitgeist na Coreia e depois por todo o mundo. Lançado a 17 de setembro, tornou-se o nosso maior programa de televisão de todos os tempos“, indica a plataforma de streaming. “Incrivelmente, 142 milhões de membros de todo o mundo optaram por assistir à série nas primeiras quatro semanas. A amplitude da popularidade de ‘Squid Game’ é realmente incrível. A série foi classificada como a número um em 94 países (inclusive nos EUA)”.

De facto, a série sul-coreana soma agora uma avaliação de 900 milhões de dólares (775,92 milhões de euros), depois do thriller de nove episódios ter custado 21,4 milhões de dólares (20,78 milhões de euros) para produzir.

Em termos de filmes, a Netflix destaca o sucesso de “Sweet Girl”, visto por 68 milhões de membros, “Kissing Both 3” observado por 59 milhões, o filme de animação “Vivo” visto por 46 milhões e “Blood Red Sky” por 53 milhões de utilizadores.

“Estamos honrados por ter conquistado o maior número de Emmy’s de qualquer rede ou serviço, com 44 prémios (empatando com a CBS em 1974, quando existiam apenas três redes nacionais)”, indica a carta. “Isto incluiu a nossa primeira vitória de melhor série dramática (The Crown), enquanto “O Gambito da Rainha” ganhou onze das 18 indicações”.

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