A Standard & Poors (S&P) avalia hoje a dívida soberana portuguesa, e caso se confirmem as timativas, Portugal a poder ter, ao fim de 13 anos, todas as agências de rating a classificá-lo entre os níveis “A”, o melhor da classificação.
“A S&P deverá subir o rating para A-, acompanhando o que já foi feito pelas restantes agências”, revela ao Jornal Económico o presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia.
O analista lembra que a S&P é a única que ainda tem Portugal nos “bês”.
“A agência deverá salientar a muito boa evolução das contas públicas, com redução significativa do peso da dívida/PIB e a melhor atividade económica face à média da Zona Euro, conducente a uma melhoria da posição fiscal”, antecipa Filipe Garcia. Além disso, acrescenta, “o risco país tem vindo a diminuir de forma consistente. Tomando como referência o spread face à Alemanha para a maturidade de 10 anos, Portugal ‘paga’ mais 65 pontos base do que a Alemanha, o nível mais baixo em mais de dois anos. É também um spread que compara de forma muito positiva com outros emitentes da Zona Euro”.
“Face à última avaliação da S&P, em setembro de 2023, a taxa a 10 anos desceu de 3,34% para 3,09%, o spread baixou de 81,50 para 65 pontos base e o rácio da dívida/PIB desceu de forma significativa”, conclui o analista.
A ação de rating da S&P acontece numa altura em que se aproxima o dia 10 de Março, em que se realizam as eleições legislativas.
Filipe Garcia explica que “a aproximação das eleições legislativas não tem tido impacto na dívida portuguesa”.
“Como referido, o spread tem baixado, agora em mínimos de dois anos e as taxas só têm subido devido à evolução dos juros a nível internacional. A perceção do mercado é que todas as possíveis soluções governativas continuarão a pretender seguir o caminho de ter orçamentos no mínimo equilibrados e tentar reduzir o peso da dívida/PIB” defende o presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros.
A concretizar-se a melhoria, a S&P alinhará a avaliação com as outras três principais agências internacionais de notação financeira, que no ano passado tiraram o país dos níveis ‘B’, colocando-o novamente nos níveis ‘A’ (dentro do nível ‘A’ as escalas variam entre A-/A/A+ ou A1/A2/A3).
A próxima agência a pronunciar-se sobre Portugal será a Fitch, em 22 de março.
A Fitch avalia atualmente a dívida soberana portuguesa em ‘A-‘, com perspetiva estável, a DBRS em ‘A’, com perspetiva estável; e a Moody’s em ‘A3’, com perspetiva estável.
O ‘rating’ é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
Os calendários das agências de ‘rating’ são meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.
(atualizada)
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