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Sudão: ONU condena “horrendo” ataque contra pessoal humanitário e pede investigação

“Todos os ataques contra pessoal humanitário, as suas instalações e veículos devem cessar. São violações do Direito Internacional Humanitário. E pedimos uma investigação urgente e que os perpetradores sejam responsabilizados”, indicou o gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres, em comunicado.
3 Junho 2025, 21h06

As Nações Unidas (ONU) condenaram hoje “nos termos mais fortes possíveis” o “horrendo” ato de violência contra o pessoal humanitário no Sudão, que matou cinco pessoas e causou vários feridos, e exigiu uma investigação urgente.

“Todos os ataques contra pessoal humanitário, as suas instalações e veículos devem cessar. São violações do Direito Internacional Humanitário. E pedimos uma investigação urgente e que os perpetradores sejam responsabilizados”, indicou o gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres, em comunicado.

Cinco membros de um comboio humanitário da ONU foram mortos na noite de segunda-feira e vários outros ficaram feridos durante um ataque perto de Al Koma, no Darfur do Norte.

Em causa estava uma força de trabalho do Programa Alimentar Mundial (PAM) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), composta por 15 camiões e que tinha percorrido mais de 1.800 quilómetros desde Porto Sudão, transportando mantimentos nutricionais e alimentos.

As agências estavam a negociar o acesso para completar a viagem até Al Fashir quando o comboio foi atacado.

“A rota que o comboio iria seguir foi partilhada antecipadamente, e as partes em terra foram notificadas e estavam cientes da localização dos camiões”, frisou o gabinete de Guterres.

Muitos dos camiões foram queimados no ataque e os mantimentos humanitários essenciais foram danificados.

“É devastador que os mantimentos não tenham chegado aos civis necessitados. Este foi o primeiro comboio humanitário da ONU a chegar a Al Fashir em mais de um ano”, acrescentou.

O Sudão, terceiro maior país de África em termos de superfície, está mergulhado desde abril de 2023 numa luta pelo poder entre o general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e o seu antigo adjunto, Mohamed Hamdane Dagalo, chefe das paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa).

Ambas as partes trocam acusações sobre a responsabilidade do ataque em Al Koma.

As RSF afirmam que os veículos “foram deliberadamente visados pelo exército”, enquanto o Governo, que apoia o exército regular, acusa os paramilitares de o terem atacado “com recurso a drones”.

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