A economista Susana Peralta acaba de lançar o livro “Portugal e a Crise do Século – O Terramoto da Desigualdade”, no qual analisa os efeitos de “uma crise sanitária, económica e social sem precedentes e com consequências devastadoras” que força uma reflexão crítica sobre o passado e o presente.
Em 1755 recuperámos de um terramoto altamente destrutivo; como poderemos agora sair do terramoto que nos abalou em 2020?
São momentos muito diferentes, pela interligação das economias mundiais e pelo aspeto democrático que não havia em 1755, o que ajudou na rapidez da resposta. Agora precisamos de ter coragem para debater. Há uma falta de coragem para debater estes assuntos cá: ninguém quer falar, por exemplo, de impostos. Temos de pensar que apoios queremos e que salvar empresas inviáveis é mau, pois deixa as economias presas a processos de produção desadequados. Há também uma necessidade de partilha de informação. Para o nosso Balanço Social, usámos dados da Segurança Social, mas não tivemos acesso à distribuição dos apoiados por lay-off, quantas pessoas se candidataram e não tiveram apoios ou percentagem do rendimento reposto – não fazemos nenhuma ideia e isso não facilita o debate informado. Portugal precisa deste debate, de chamar as coisas pelos nomes, com abertura para aceitar outras soluções democráticas.
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