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Taiwan mobiliza ex-militares dos EUA e Japão em exercício contra possível agressão

A Fundação da Escola de Economia e Ciência Política de Taipei, organizadora do exercício de simulação, explicou que o objetivo é “identificar as questões de defesa que Taiwan precisa urgentemente de reforçar e apresentar recomendações ao governo”.
Orçamento da defesa: 11 mil milhões de dólares
10 Junho 2025, 16h23

Um grupo de reflexão (‘think tank’) de Taiwan iniciou hoje um exercício de guerra de dois dias com generais aposentados dos Estados Unidos e do Japão, para simular a defesa da ilha perante um eventual ataque da China continental.

A Fundação da Escola de Economia e Ciência Política de Taipei, organizadora do exercício de simulação, explicou que o objetivo é “identificar as questões de defesa que Taiwan precisa urgentemente de reforçar e apresentar recomendações ao governo”.

Entre os convidados estão nove generais e oito tenentes-generais aposentados de Taiwan, EUA e Japão.

Entre eles figuram Michael Mullen, que foi 17.º presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA entre 2007 e 2011, e Dennis Blair, ex-diretor de inteligência nacional dos EUA, segundo agência de notícias CNA.

Também participam Takei Tomohisa, antigo chefe do Estado-Maior da Força Marítima de Autodefesa do Japão, e o general aposentado da Força Aérea japonesa Shigeru Iwasaki, de acordo com a mesma fonte.

O exercício visa analisar “a viabilidade da estratégia militar e dos conceitos operacionais de Taiwan” face ao uso da força por Pequim contra a ilha previsto até 2030.

Os participantes foram divididos em cinco grupos, representando a China continental, Taiwan, os EUA e o Japão, além de um grupo de controlo, segundo a CNA.

Serão apresentados diferentes cenários que envolvem “assédio, provocações e agressões contra Taiwan” por parte de Pequim, e os participantes simularão a resposta da ilha, avaliando se os EUA e o Japão poderiam ajudar e de que forma o fariam.

A CNA destacou a necessidade de Taiwan “utilizar métodos internacionais de simulação de guerra para avaliar a dinâmica de segurança no Pacífico Ocidental, analisar ações militares potenciais do Exército de Libertação Popular (Exército chinês) e examinar possíveis respostas de Taiwan”.

Pequim considera Taiwan parte do seu território, a ser reunificado pela força se necessário. A maioria dos países, incluindo EUA e Japão, não reconhecem a ilha como Estado independente, mas Washington é contrário a qualquer alteração unilateral ao status quo.

Os EUA comprometem-se a fornecer armamento a Taipé para a defesa da ilha e são o seu maior fornecedor de armas. Contudo, mantém uma postura de “ambiguidade estratégica” sobre se interviriam diretamente em caso de ataque.

Desde que o líder taiwanês William Lai assumiu o cargo em maio do ano passado, as tensões no Estreito de Taiwan aumentaram, com o Exército de Libertação Popular a realizar vários exercícios militares em larga escala à volta da ilha.

Lai tem insistido na necessidade de reforçar as capacidades de defesa de Taiwan, incluindo o desenvolvimento de veículos aéreos não tripulados (“drones”) militares, realização de exercícios de defesa, simulações militares de grande escala e mobilização de recursos civis para enfrentar riscos de ataque.

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