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TAP como está “não sobrevive”, mas Governo não a “venderá ao desbarato”, assegura Pinto Luz

Miguel Pinto Luz afirma que o Governo quer manter a sede da TAP em Lisboa, assim como manter as rotas, mas alertou que, mantendo-se como está, esses objetivos não vão ser alcançados.
novo aeroporto
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
11 Julho 2025, 10h21

O ministro das Infraestruturas e da Habitação reiterou esta sexta-feira no Parlamento que a TAP “não sobrevive” mantendo-se pública, sendo fundamental “encontrar um parceiro estratégico” para ter sinergias no mercado, mas também garantiu que se as condições necessárias para  privatização, cujo pontapé de saída foi dado ontem pelo Governo, não estiverem garantidas, o executivo cancela a operação.

“Não vendemos a TAP ao desbarato”, prometeu Miguel Pinto Luz aos deputados, no debate de urgência pedido pelo Chega na sequência da decisão do executivo liderado por Luís Montenegro sobre a venda de 49,9% do capital social da companhia aérea nacional.

Aos deputados, o ministro começou por considerar o debate de urgência de hoje “extemporâneo”, uma vez que os parlamentares ainda não têm “acesso a toda a informação disponível” sobre o negócio. “O decreto-lei aprovado [no Conselho de Ministros] ainda tem de ser publicado, promulgado pelo Presidente da República, e dentro de 15 dias a publicação do caderno de encargos”, disse, assinalando, contudo, que irá ao Parlamento prestar esclarecimentos “as vezes que foram necessárias”.

Respondeu de seguida às bancadas do PS, IL e Chega. Ao deputado socialista, disse: “Continuar quase de forma cansativa a falar dos lucros da TAP e dos lucros da CP, depois dos milhares milhões de euros ou perdoados ou injetados, manifestamente fica-lhe mal”. Sobre os liberais, Pinto Luz afirmou que o partido “arroga-se de ter conhecimento absoluto do mercado” mas se percebessem efetivamente como funcionam, “percebiam que a alienação de uma participação minoritária vai maximizar o valor da participação remanescente. Foi assim em muitas privatizações, foi assim em muitos cenários.”

Apesar destas críticas, o ministro assinalou ser mais “aquilo que une” PS, AD, IL e Chega em relação à TAP do que “aquilo que os separa”. “A TAP não sobrevive se se mantiver pública como está, o Estado está impossibilitado de injetar um euro, não tem sinergias de mercado, não consegue comprar aviões, não consegue manter a bandeira no avião”, avisou, sublinhando que o objetivo do Governo passa por continuar a ter “a bandeira no avião”, assim como manter a sede da companhia em Lisboa, e as rotas.

“Queremos manter isso tudo, mas como está não vamos conseguir. Precisamos de um parceiro estratégico para encontrar essas sinergia”, reforçou, enumerando as várias etapas do processo de privatização, todas elas sujeitas a escrutínio. Além disso, lembrou: “O governo deixou claro que se entender que não estão reunidas as condições necessárias suficientes garantindo a bandeira, as rotas e a dimensão estratégica, cancelamos porque não vendemos a TAP ao desbarato”.

 

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