A taxa Euribor está presente em praticamente todos os créditos habitação, e está sempre debaixo dos holofotes devido à influência que tem no valor das prestações mensais. Saiba o que significa e como escolher o prazo adequado neste artigo realizado pelo ComparaJá.
A Euribor, ou Euro Interbank Offered Rate, é um juro que os bancos pagam a outras instituições para financiar a sua atividade. Tal como acontece com os consumidores e com as empresas, também os bancos pedem dinheiro emprestado a outros bancos e pagam juros por isso. A Euribor é calculada pela média das taxas de juros praticadas pelos 52 maiores bancos da zona euro, num determinado prazo.
A Taxa Euribor não é fixa. Encontra-se sujeita a oscilações diárias em função da média das taxas de juros dos bancos mais ativos na zona euro. Assim, pode subir ou descer. De cada vez que a Euribor sobe, os empréstimos ficam mais caros e mensalidade da casa sobe. Se baixarem, a taxa de juro também desce. Este reflexo não é direto; pode levar semanas ou meses, ou não acontecer de todo.
Apesar de a Euribor sofrer flutuações diárias em função da atividade dos bancos, o cliente pode decidir o momento em que a taxa é recalculada. Os prazos mais comuns são 3, 6 e 12 meses, sendo que a escolha influencia o valor mensal da prestação; ou seja, o prazo define o ritmo a que a Euribor é atualizada.
Assim, ter um crédito habitação indexado à Euribor a 3 meses significa que o seu banco só pode rever o valor dessa taxa de 3 em 3 meses. Com a Euribor a 6 meses, a revisão será semestral e, com a Euribor a 12 meses, a atualização acontecerá apenas uma vez por ano.
Em todos os casos, o valor da Euribor utilizado para a prestação que irá vigorar nos 3, 6 ou 12 meses seguintes é calculado com base na média aritmética simples do mês anterior. Em Portugal, o prazo mais utilizado para o crédito à habitação é a Euribor a 6 meses. Mas será este o melhor prazo? Como escolher?
Geralmente, uma Euribor com um prazo mais curto tem valores mais baixos, mas também responde mais rapidamente às oscilações (seja descida ou subida). Dito doutro modo, as prestações podem ser, à partida, mais convidativas, mas há maior volatilidade e incerteza. Não sabe se, passados 3 meses, a sua prestação sobe ou se desce. Em suma, há menor estabilidade e, sempre que ouvir nas notícias que a Euribor está a subir, corre o risco de a sua prestação mensal também subir.
Esta é a Taxa Euribor mais escolhida pelos portugueses, uma vez que se posiciona num nível intermédio de risco. Nesta modalidade, a Taxa Euribor é recalculada a cada 6 meses e o valor da prestação da casa aumenta ou desce com uma frequência intermédia entre os 3 e os 12 meses. Quando a Euribor regista crescimentos mais preocupantes, as famílias tendem a voltar-se para prazos maiores, que proporcionam mais estabilidade.
A Taxa Euribor a 12 meses acarreta juros ligeiramente mais elevados, mas, ao mesmo tempo, garante maior estabilidade dos custos. Uma vez que apenas é atualizada uma vez por ano, a sua prestação mensal não vai mudar ao longo desse período, mesmo que a Euribor se altere. Assim, neste prazo mais longo paga-se uma espécie de prémio (ou seja, valores geralmente mais altos) pela estabilidade do preço.
Esta é uma pergunta que não tem uma resposta definitiva e universal. Não é possível antecipar, com segurança e certeza, quando as Taxas Euribor vão subir ou descer, nem em que medida, pelo que é impossível saber ao certo o impacto que terá no valor da sua prestação.
Quando as taxas estão a subir, o ideal é ter um prazo maior porque, desta forma, a sua prestação só será atualizada mais tarde. Quando as taxas estão a descer, pode ser mais vantajoso que a prestação seja revista mais cedo, para poder beneficiar dessa descida.
Assim, antes de tomar a sua decisão, deve fazer as contas a uma possível subida da prestação, pressupondo que os seus rendimentos não se alteraram. Assim, estará em condições de verificar se continua a conseguir pagar a prestação.
No fundo, a escolha dependerá do seu perfil, se procura mais estabilidade ou menos, e da tolerância que tem à possibilidade de a sua prestação mudar em poucos meses. Faça pesar na sua decisão o ponto-chave fundamental: uma Euribor curta reflete constantemente a evolução dos juros (para o bem e para o mal) e uma Euribor longa envolve alterações mais espaçadas.
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