A Glintt – Global Intelligence Technologies formalizou esta segunda-feira o início das suas operações físicas nos Açores, com a inauguração da sua empresa no concelho da Praia da Vitória, na Ilha Terceira. Com 15 pessoas no local – 12 formandos de um programa regional de retenção de talentos, três colaboradores que transitam de outras áreas da multinacional –, a empresa irá recrutar esta terça-feira a mais dois reforços para a equipa.
A recém-criada Glintt Açores ‘pintou’ de laranja a Rua de Jesus e fixou-se no piso que pertencia à antiga Casa Vitória, uma loja âncora deste concelho da Terceira. Para o autarca da Praia da Vitória, Tibério Faria Dinis, a chegada de uma empresa cotada na Euronext Lisboa significa “o futuro de novos projetos” e a ambição “de algo novo para a Praia da Vitória”. O presidente da câmara acredita que “há mais além da base das Lajes” e que “a economia não pode depender de excessivamente de uma única estrutura”.
O presidente do governo regional dos Açores, Vasco Cordeiro, considera que a abertura deste escritório indica que o Plano de Rentabilização da Terceira – criado para enfrentar o impacto económico e social que a despovoação da base das Lajes teve no local na ilha – está a dar frutos e a aproveitar a “revolução digital”. “Temos uma taxa de apoio de 60% ao investimento privado, a fundo perdido”, enfatizou o governante.
O primeiro contacto deste CEO da Glintt com o cluster tecnológico terceirense Terceira Tech Island surgiu em março, no âmbito de conversações com o executivo açoriano. Automaticamente houve um fator do projeto que lhe despertou especial interesse: “as pessoas”. “Foi o facto de o governo regional ter criado um programa que permite ter quadros qualificados e apoiar a fixação dos mesmos aqui na Praia da Vitória e na Glintt, para que possamos ter condições para trabalharem”, explicou Nuno Vasco Lopes aos meios de comunicação social, na cerimónia de inauguração do novo espaço.
Segundo o empresário, o interesse da holding é investir num projeto em que se coloca as pessoas em primeiro plano, sobretudo quando se trata de uma organização onde a média dos recursos humanos têm 36 anos. “Temos também uma presença já significativa em termos de apoio aos nossos clientes nesta região, hospitais e farmácias locais, portanto, insere-se numa lógica de aproximação”, acrescentou.
De acordo com o diretor executivo da Glintt, o recrutamento irá continuar para o desenvolvimento de software próprio. Aos jornalistas, Nuno Vasco Lopes contou que a multinacional de Tecnologias de Informação (TI) já tinha equipas no terreno, sobretudo nas ilhas de São Miguel e da Terceira, mas o investimento permite dar melhor resposta à grande clientela: unidades hospitalares e farmácias.
Atualmente a tecnológica desenvolve software para cerca de duas centenas de hospitais e 14 mil farmácias, em seis geografias (Portugal, Espanha, Irlanda, Inglaterra, Brasil e Angola), sendo que o peso do setor da saúde no volume de negócios da empresa de TI é atualmente de 75%.
Em fevereiro, em entrevista ao Jornal Económico, a diretora do Healthcare da Glintt já tinha explicado que o objetivo para este ano era criar sistemas que permitissem a recolha e tratamento da informação disponível para prever necessidades e satisfazê-las.
“Olhamos para a tecnologia não como um fim em si mesmo, mas como uma forma de promover melhores cuidados de saúde e maior equidade no acesso aos mesmos, a custos controlados. Usamos a tecnologia para que ela permita que os profissionais e gestores tenham informação em tempo real e possam atuar sobre a mesma de forma preditiva, ou seja, conseguir analisar os dados que têm hoje em dia e que são muitos”, afirmou Filipa Fixe.
*A jornalista viajou até à Ilha Terceira a convite da SDEA
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