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“Temos de acelerar o processo de adoção da IA nas empresas”, destaca diretor da PwC

Os setores da Banca e Seguros são líderes na adoção desta tecnologia face a outras indústrias, sublinhou o Keynote Speaker da AI Summit 2025, evento organizado pelo JE e que acontece esta terça-feira em Lisboa.
1 Abril 2025, 10h31

A Europa investe quinze vezes menos na Inteligência Artificial do que os EUA, e Portugal está crescentemente atrasado face à restante União Europeia. Esta foi uma das principais ideias deixadas por Nuno Loureiro, diretor da PwC, e Keynote Speaker da conferência AI Summit 2025 realizada hoje pelo Jornal Económico no Leap Sete Rios, nas Twin Towers, em Lisboa. “Portugal terá em 2030 uma taxa de adoção de 12% versus 42% de média europeia. “Temos de acelerar o nosso processo de adoção da IA nas empresas”, diz Nuno Loureiro.

De acordo com o Global IA Index, o nosso país aparece como um país bem posicionado no ambiente operativo, mas com indicadores menos positivos na infraestrutura e política governamental. Na sua intervenção, Nuno Loureiro enfatizou a iniciativa da Agenda Nacional para a IA “para termos as empresas a investir e a adoptar de forma mais célere esta tecnologia”.

Do ponto de vista da adoção, continua o especialista, assiste-se a um gap muito significativo entre grandes empresas e pequenas empresas. “O ano passado 11% das grandes empresas adoptaram IA pela primeira vez, contra 5% das pequenas. É preciso apoiar as PME na adoção desta tecnologia”. Os setores da Banca e Seguros são líderes na adoção desta tecnologia face a outras indústrias. Porém, o retalho e a energia apresentam igualmente bons indicadores.

Do ponto de vista das tecnologias, a análise de texto, a geração de texto e o reconhecimento de voz têm tido uma adoção mais generalizada com a adoção da IA Generativa. “As grande empresas que investiram em data science e machine learning desde há cerca de oito ou 10 anos têm taxas de adoção bastante superior naquilo que diz respeito a aplicação de tecnologias de machine learning, deeep learning e automação com suporte a soluções de Inteligência Artificial”, explica o diretor da PwC. Isso exige necessidade de investimento, recursos técnicos especializados, infraestrutura ou serviços que as empresas mais pequenas não conseguem ter face à sua escala.

Apesar da aplicabilidade comprovada da IA, as preocupações sobre a tecnologia têm abrandado a adoção devido a receios de uso indevido, desumanização dos serviços, impacto nos serviços, entre outros. “Os receios devem ser contrabalançados com os impactos que esta tecnologia pode ter”, sublinha Nuno Loureiro. Na prática temos visto a adoção em quatro domínios essenciais: produtividade aumentada, agentes inteligentes, automação generativa e modelagem preditiva. A disponibilização massiva de Large Models (LMs) pré-treinados permitiu tornar a utilização de IA por parte das organizações sem necessidade de criação de equipas especializadas ou investimentos tecnológicos avultados.

Sobre como trabalham com os clientes e apoiado na adoção desta tecnologia de forma massificada e organizada, Nuno Loureiro realça o trabalho em várias dimensões principais: identificar com os clientes os diferentes casos de uso, realização de experimentação com utilizadores selecionados para recolher informação e fazer um plano de ação, definição do roadmap de adoção da tecnologia e definição do modelo de governo.

Sobre como apoiar a rede comercial na compreensão e execução dos procedimentos de operações é fundamental a clarificação de conceitos e operações, consulta de informação pública em websites e capacidade de orquestração e validação. Para garantir a conformidade de documentos sobre instrumentos financeiros face à regulação, destaca-se o interface de tipos de documentos e regras, avaliação da conformidade documento-regra com base na capacidade do LLM configurado, apresentação da taxa de cumprimento e alertas de incumprimento.

Na sua intervenção, Nuno loureiro falou também sobre a necessidade das empresas terem uma visão clara e unificadora sob a forma como pretendem utilizar a adoptar a IA, como a definição da estratégia de transformação, estabelecer uma estrutura de governo, re-imaginar o negócio e processos, implementar tecnologia eficiente e escalável e fomentar a adoção pelas pessoas. “É muito importante começarmos um caminho de adoção da Inteligência Artificial nas empresas portuguesas e contribuirmos para a competitividade de Portugal”, conclui Nuno Loureiro, diretor da PwC e Keynote Speaker da AI Summit 2025.

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