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Tesouro persegue novos mínimos em leilão de dívida a 10 e 15 anos

Portugal vai hoje aos mercados para angariar até 1.250 milhões de euros em dívida com maturidade em 2029 e 2034. A ideia é aproveitar o apetite dos investidores e, porventura, continuar a registar novos mínimos nas taxas a pagar.
12 Junho 2019, 07h30

Quatro emissões, quatro novos mínimos históricos na taxa paga. O IGCP – Agência de Gestão de Tesouraria e da Divida Pública vai esta quarta-feira leiloar Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos pela quinta vez este ano e deverá conseguir mais um recorde mínimo na yield, tendo em conta o cenário benéfico nos mercados de dívida.

A agência liderada por Cristina Casalinho realiza um leilão duplo a longo prazo com o objetivo de angariar até 1.250 milhões de euros. Além da dívida com maturidade de 10 anos (com maturidade em junho de 2029), o Tesouro vai colocar ainda OT a 15 anos, ou seja, com maturidade em abril de 2034.

“Os leilões deverão correr normalmente, com boa procura, beneficiando de um ambiente de mercado muito benigno”, referiu Filipe Garcia, economista e presidente da IMF-Informação de Mercados Financeiros.

“Iremos provavelmente observar novos mínimos históricos nas taxas de colocação para ambos os prazos”, sublinhou.

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O leilão duplo ocorre numa altura em que Portugal tem renovado mínimos nas taxas de juro. No último leilão comparável, Portugal emitiu 800 milhões em OT a 10 anos, com uma taxa de alocação de 1,059% e pagou 1,563% para emitir 450 milhões de euros de OT a 15 anos.

No mercado secundário a yield da dívida soberana portuguesa a 10 anos tem caído a pique este ano: negociava esta quarta-feira nos 0,65%, o que compara com os 1,72% no início do ano. Os resultados económicos e as melhorias no rating têm contribuído para a melhoria da percepção dos investidores sobre as OT portuguesas.

No entanto, os fatores externos também têm ajudado. A guerra comercial tem levado a receios sobre o abrandamento do crescimento da economia mundial e obrigado os principais bancos centrais a carregar no botão de ‘pausa’ na normalização da política monetária.

Na semana passada Jerome Powell, presidente da Reserva Federal, disse que o banco central dos EUA está pronto a agir de forma apropriada para sustentar a expansão, algo que os investidores interpretaram como sinal de que um corte na federal funds rate poderá estar próxima. Na quinta-feira, o Banco Central Europeu disse que vai manter as taxas de juro na zona euro em mínimos históricos pelo menos por mais um ano e Mario Draghi até admitiu que alguns membros do Conselho de Governadores até falaram sobre um corte nas taxas.

Na sexta-feira, os números da criação de emprego nos setores non-farm nos Estados Unidos desiludiram. As yields das Treasuries norte-americanas caíram e contagiaram as pares da zona euro, com a dívida portuguesa a 10 anos a tocar num novo mínimo de sempre: 0,62%.

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