A Total, companhia petrolífera francesa, retirou todos os trabalhadores da península de Afungi, a poucos quilómetros de Palma, após o ataque jihadista lançado em 24 de março contra a cidade costeira no norte de Moçambique, confirmou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
“Havia cerca de oito mil pessoas nas instalações da Total e apenas o exército permanece dentro das instalações, assegura em entrevista por telefone desde Pemba – capital da província de Cabo Delgado – Aitor Zabalgogeazkoa, coordenador da MSF.
“A população está completamente desprotegida”, disse Zabalgogeazkoa, cuja organização manteve uma equipe em Afungi até há dois dias atrás. Depois de os jiadistas terem atacado a cidade, milhares de pessoas procuraram refúgio em torno das instalações da Total, que lidera o projeto de exploração de gás natural no país.
Poucos dias após o ataque, a empresa anunciou a suspensão do projeto e garantiu que estava a trabalhar com as autoridades moçambicanas nas operações de evacuação das populações.
O ataque de 24 de março foi dos mais graves em Cabo Delgado desde o início de 2017, quando se começou a verificar a insurgência do grupo al Shabab na província, que já levou à deslocação de cerca de 700 mil pessoas e causou mais de 2.680 mortes (incluindo mais de 1.340 civis).
A crise humanitária em Moçambique está a aumentar à medida que os jiadistas queimam aldeias inteiras, decapitam pessoas, incluindo menores, e cometem outros crimes, como alertou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em 22 de março.
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