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Trump anuncia plano de paz Israel-Palestina com dois Estados

No novo plano de paz de Donald Trump, Jerusalém Oriental passa a ser a capital de um Estado palestiniano, e a cidade santa a capital indivisível de Israel. Em Gaza os palestinianos mostram o seu descontentamento nas ruas.
  • Kevin Lamarque/REUTERS
28 Janeiro 2020, 18h04

O tão aguardado plano de paz para o conflito israelo-palestiniano foi apresentado, esta terça-feira, pelo presidente Donald Trump. O plano inclui “uma solução realista de dois Estados”, prevendo uma Jerusalém como “capital indivisível de Israel” e, ao mesmo tempo e em termos que parecem contraditórios, uma capital da Palestina em Jerusalém Oriental onde os EUA também abrirão uma embaixada.

Ao lado do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, Trump considerou que a proposta de paz do seu governo representa uma “solução realista de dois estados”, indicando que o plano incluiria a criação de um Estado da Palestina.

O presidente dos EUA descreveu a proposta como uma “descoberta histórica” e o “deal of the century” e elogiou Netanyahu por “ter a coragem de dar esse ousado passo adiante”.

“A nossa proposta tem medidas precisas” para tornar a região “muito mais próspera” e é uma vitória tanto para israelitas como para palestinianos, segundo Trump, falando numa solução com dois Estados. “Jerusalém vai continuar a ser a capital indivisível de Israel”, indicou contudo o presidente norte-americano, diante da ovação dos presentes.

“Eu não fui eleito para fazer coisas pequenas ou para fugir de problemas grandes”, disse Trump, após observar que “todos os presidentes desde Lyndon Johnson [1963 – 1973]” tentaram apresentar soluções para o conflito.”Hoje, Israel está a tomar um grande passo em direção à paz”, disse o republicano, que foi fortemente aplaudido ao lado de Netanyahu.

Netanyahu, que tratou Trump por “Donald”, disse-se honrado por estar na Casa Branca e apelidou o presidente do maior amigo que Israel alguma vez teve na presidência dos EUA. Apelida o plano de Trump como “grande para Israel” e “grande para a paz”, considerando que esta foi “ilusória” durante décadas.

O plano foi preparado ao longo de mais de dois anos pelo conselheiro especial e genro de Trump, Jared Kushner.

Durante o seu discurso, Trump afirmou que divulgará um mapa com as fronteiras propostas, algo nunca antes autorizado por Israel. ​O anúncio desta terça ocorre praticamente à revelia das autoridades palestinas, que cessaram qualquer diálogo com o seu governo desde que Washington reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, no fim de 2017.

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