O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, recusou descartar a possibilidade de empreender ações militares (para além de económicas) como parte do seu desejo declarado (ou talvez projeto) de que o país retome o controlo do Canal do Panamá. Além disso, a aquisição do território dinamarquês da Groenlândia – onde um dos seus filhos se encontrava esta terça-feira – mantém-se no horizonte do republicano que será o 47º presidente dos Estados Unidos.
Questionado pela imprensa norte-americana sobre se garantia que não usaria coerção militar ou económica para obter o controlo do Canal do Panamá e da Groenlândia, Trump disse: “Não, não posso garantir nada sobre nenhum dos dois. Mas posso dizer isto: precisamos deles para a segurança económica.”
Trump reiterou o seu interesse em transformar o Canadá – que esta terça-feira ‘perdeu’ o seu primeiro-ministro – num estado norte-americano e criticou os gastos do seu país nos produtos importados do vizinho do norte. O apoio militar ao Canadá, um dos aliados mais próximos do país, também foi considerado excessivo por Trump.
Trump sugeriu que imporia tarifas especiais à Dinamarca se o país resistir à sua oferta de compra da Groenlândia, que disse – como já fizeram antes do seu primeiro mandato – ser vital para a segurança nacional dos Estados Unidos na fronteira do Ártico.
Trump também prometeu mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América e repetiu a sua promessa de impor tarifas significativas ao México. “O Golfo da América. Que nome lindo”, afirmou – tornando difícil aos analistas e comentadores perceberem se tudo aquilo é uma comédia de mau gosto ou uma razão para os países envolvidos ficarem preocupados.
O novo nome para o Golfo fez a imprensa norte-americana recordar a promessa anterior de Trump de reverter o nome de Denali, o pico mais alto da América do Norte, para Monte McKinley, depois de o então presidente Barack Obama ter mudado o nome da montanha do Alasca em deferência aos nativos norte-americanos.
Para já, as autoridades mexicanas e panamenhas não comentaram mais estas declarações, mas já antes o presidente do Panamá, José Raul Mulino, rejeitou devolver o canal que foi entregue ao seu país pelo recém-desaparecido Jimmy Carter, em 1999.
O júnior em passeio pela Groenlândia
Sensivelmente à mesma hora que Trump sénior dizia estas coisas, Trump júnior chegava em visita privada à Groenlândia. O jovem disse que estava a visitar a ilha numa base privada e como turista – apesar de ser acompanhado pelo ativista político Charlie Kirk, que foi cofundador da organização conservadora Turning Point USA (pró-Trump).
“Queremos conhecer pessoas”, disse o filho do presidente no podcast, mas o governo da Groenlândia avançou a informação de que nenhuma reunião foi agendada com representantes do governo. “Não fomos informados sobre a natureza do programa da visita e, portanto, esta é uma viagem privada”, disse Mininnguaq Kleist, ministro da Independência e Relações Exteriores da Groenlândia, citado pela agência Reuters.
A Groenlândia, um território autónomo da Dinamarca com uma população de apenas 57 mil habitantes, tem vasta riqueza em minerais, petróleo e gás natural, mas uma economia dependente da pesca e dos subsídios anuais da Dinamarca. A capital, Nuuk, fica mais perto de Nova Iorque do que a capital dinamarquesa, Copenhaga.
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